Teatro São Carlos apresenta nova produção da ópera ‘Idomeneo’ de Mozart

por Comunidade Cultura e Arte,    1 Março, 2018
Teatro São Carlos apresenta nova produção da ópera ‘Idomeneo’ de Mozart
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São Carlos apresenta nova produção de ‘Idomeneo’, primeira obra-prima operática de Mozart e uma das grandes apostas da temporada lírica 17/18

Nos próximos dias 10, 12, 14, 16 e 18 de março, o Teatro Nacional de São Carlos apresenta Idomeneo, ópera em três atos de Wolfgang Amadeus Mozart. A nova produção do TNSC conta com direção musical de Christian Curnyn e encenação de Yaron Lifschitz, visionário australiano que alcançou fama internacional pela forma como popularizou o teatro físico. A estes junta-se uma equipa artística portuguesa constituída por Fernando Ribeiro (cenografia), José António Tenente (figurinos), André Mesquita (coreografia) e Cristina Piedade (desenho de luz).

Consequência de uma encomenda em 1780 do Eleitor da Bavária, é em ‘Idomeneo’ que Mozart atinge a sua maturidade criativa, superando-se no género opera seria em que, ainda adolescente, se havia exercitado em Milão com ‘Mitridate’, ‘Re di Ponto’ e ‘Lucio Silla’.

Como tantas outras histórias da mitologia grega, ‘Idomeneo’ explora as motivações e emoções dos humanos cujos destinos parecem transcendê-los. A música de Mozart e o libreto de Giambattista Varesco transportam-nos para a ilha de Creta no rescaldo da Guerra de Tróia. O vitorioso rei Idomeneo regressa com o peso de um juramento feito no meio de uma tempestade: se conseguisse chegar à sua terra natal, sacrificaria a Neptuno a primeira pessoa que aí visse. Horrorizado, encontra diante de si o seu filho Idamante, um jovem amado tanto por uma grega livre (Elettra) como por uma troiana prisioneira (Ilia). Tudo parece perdido, mas Ilia oferece-se como vítima de sacrifício e consegue evitar o filicídio no clímax da ópera.

‘Idomeneo’ estreou em 1781 em Munique dias depois do 25º aniversário de Mozart e transfigurou as fórmulas barrocas da opera seria com a sua representação mais naturalista das emoções, a sua valorização do papel do coro e a sua admirável orquestração (os instrumentos de sopro alcançam aqui autonomia e protagonismo até então inéditos numa ópera).

Desta tragédia onde poder, adversidade e paixão se cruzam resultam árias de beleza e pureza comoventes, e o quarteto do último ato – ponto de encontro das vozes de Idomeneo, Idamante, Ilia e Elettra – é um dos grandes momentos da história da ópera.

Negligenciada durante muito tempo, esta obra ocupa hoje um lugar firme no repertório lírico. A nova produção do TNSC é encabeçada por Richard Croft, um dos mais reconhecidos intérpretes de Idomeneo à escala mundial, e conta com Caitlin Hulculp, Ana Quintans e Sophie Gordeladze nos restantes papéis principais. Marco Alves dos Santos, Bruno Almeida e Rui Baeta completam o elenco, que é acompanhado pelo Coro do Teatro Nacional de São Carlos e pela Orquestra Sinfónica Portuguesa.

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