The Vaccines, Tom Misch, Oddisee e Olivier St. Louis no Super Bock Super Rock
O Super Bock Super Rock está de regresso ao Parque das Nações, em Lisboa, para mais três dias de música autêntica. Nos dias 19, 20 e 21 de julho, alguma da melhor música do mundo vai marcar presença na capital portuguesa. Nomes como Justice ou The XX, já confirmados, fazem crescer as expectativas do público, mas há mais, muito mais… Num cartaz cada vez mais eclético há novas confirmações para fixar: os britânicos The Vaccines, a estreia em Portugal de Tom Misch, e os americanos Oddisee e Olivier St. Louis.
Os Vaccines são uma das melhores coisas que o rock inglês deu ao mundo nos últimos dez anos. É muito simples: quatro rapazes com vontade de fazer rock juntaram-se para tocar, influenciados pelo pós-punk dos anos 80, pelo rock que vai da garagem ao pub, passando pelo surf, e por bandas como os nova-iorquinos Strokes. O álbum de estreia, “What Did You Expect From The Vaccines”, editado em 2011, confirmou as expectativas: o público esperava boas canções, sem grandes artifícios, com tudo aquilo que importa no rock, e, de facto, há uma mão cheia delas nesse registo de estreia. Com essas canções na bagagem, foi fácil para os Vaccines incendiarem os palcos ingleses e também de todo o mundo. Um ano depois chegou o segundo disco, “Come Of Age”, que foi mais um grande sucesso junto do público. Para o terceiro álbum, “English Graffiti”, os Vaccines contaram com a produção de Dave Fridmann (já havia trabalhado com bandas como os Flaming Lips, MGMT ou Tame Impala). Em 2018, há mais originais da banda londrina. Enquanto esperamos pelo novo “Combat Sports”, já podemos desfrutar de “I Can’t Quit”, um dos singles, e confiar na promessa de que vem por aí mais rock and roll ousado e arrojado, que brota de sentimentos tão diferentes como a melancolia ou a euforia. E não há mal em sentir um pouco das duas coisas no concerto dos Vaccines dia 19 de julho, no Palco EDP do Super Bock Super Rock.
Tom Misch cresceu numa família apaixonada pela música. Aos quatro anos aprendeu a tocar violino e a adolescência trouxe-lhe o hip hop. A plataforma Soundcloud fez com que o ainda adolescente Tom Misch começasse a ter a sua base de fãs na internet. “Aparentemente, eu tenho um som e as pessoas podem ouvi-lo…” E é assim que Tom descreve a música que faz e o sucesso que essa mesma música vai fazendo na redes sociais, onde é seguido por milhões de pessoas. Além da modéstia do artista, também é preciso reconhecer que não deve ser fácil falar de um som que parece ser tanta coisa ao mesmo tempo. Por aqui ouve-se jazz, hip hop, música de dança, tudo junto sobre uma atmosfera funky e luminosa. As influências vão desde Robert Glasper ou Roy Hargrove, ligados ao jazz, até nomes como Kaytranada ou Motor City Drum Ensemble, referências da música eletrónica. No disco de estreia, “Geography”, o mais importante para Tom Misch é continuar a desafiar-se enquanto artista, enquanto vê as pessoas a dançar à sua frente. Os singles “Water Baby” (feat. Loyle Carner) e “Movie” são duas das canções que prometem prender o público do Super Bock Super Rock. O encontro está marcado para dia 20 de julho, no Palco EDP.
Concentrado na sua própria arte, e sem se distrair com as luzes do rap, Oddisee é um dos músicos mais produtivos dos últimos dez anos: mixtapes, discos, colaborações e muitos outros trabalhos enquanto produtor atestam a sua prodigiosa ética de trabalho. Interventivo como poucos, Oddisee aborda temas como as desigualdades sociais e de género ou a islamofobia. Mas o talento do rapper de Washington DC não se fica pelas letras e também se faz notar nas batidas, como prova “Odd Tape”, uma mixtape exclusivamente instrumental editada em 2016. Mais recentemente, já em 2017, Oddisee lançou “The Iceberg”. O jazz é a base de todo o trabalho, mas também há soul, funk, disco e, o mais importante, palavras que têm o dom de nos tornar mais conscientes. Entretanto, também editou um disco ao vivo com a banda Good Company. E como Oddisee não vem sozinho a Portugal, “Beneath The Surface”, esse disco editado no final do ano de 2017, é uma bela amostra do espírito que se vai fazer sentir dia 20 de julho, no Palco EDP.
E, curiosamente, a última confirmação do dia é um dos membros da banda Good Company. Olivier St. Louis nasceu em Washington DC, mas passou maior parte da sua infância a estudar no interior do Reino Unido. Esse percurso fez com que Olivier assimilasse várias culturas musicais, passando a adolescência a ouvir géneros tão diferentes como hip-hop, r&b ou o típico rock inglês que brota da garagem ao lado. A paixão pela música acompanhou-o sempre, mas isso não impediu que Olivier se tornasse num empenhado cientista. Em 2006 editou o seu primeiro disco, “Kilowatt”, que colocou Olivier no mapa do hip-hop underground. Começou a trabalhar com artista como Hudson Mohawke, Oddisee, C2C, entre muitos outros… Mas faltava encontrar a sua própria voz. Um tempo sabático aproximou-o do blues, do rock e do funk, as guitarras ganharam espaço na sua vida e daí surgiu um artista novo: Olivier Daysoul, como se apresentava até então, é agora Olivier St. Louis. Mais pessoal, mais autêntico, mais descomprometido, sem perder a mesma voz arrebatadora (é obrigatório ouvir “Ain’t Cool”). Promete um álbum de “estreia” para 2018 e um concerto inesquecível marcado para dia 20 de Julho, no Palco EDP do Super Bock Super Rock.
Já confirmados:
19 de julho
Palco Super Bock – The XX, Justice
Palco EDP – The Vaccines, Lee Fields & The Expressions, TORRES
20 de julho
Palco Super Bock – Slow J
Palco EDP – Tom Misch, Oddisee & Good Company, Olivier St. Louis
21 de julho
Palco EDP – Sevdaliza, Baxter Dury