Trilogia literária ‘Foundation’, de Isaac Asimov, vai dar origem a uma série
Isaac Asimov foi um dos nomes primordiais na fusão da literatura e da arte com a ciência e com a investigação científica. Nesse sentido, e ao lado de nomes como Robert A. Heinlein e Arthur C. Clarke, este autor nascido na Rússia conseguiu a proeza de aplicar a sua formação académica e a sua experiência profissional ao serviço da fantasia e da ficção. Tudo isto sem nunca descartar a importância de uma retrospectiva histórica na análise e no discurso narrativo de todas as peripécias que a ciência consegue gerar. Com mais de 500 unidades de escrita da sua autoria, Asimov estendeu o seu saber e o seu imaginar para uma diversidade de temáticas, dando origem a um repertório de elevada reputação que ainda hoje é motivo dos mais abrangentes estudos de diferentes disciplinas e áreas.
Agora, e segundo a Variety, a Apple vai adaptar a trilogia ‘Foundation’. Ou seja, as obras ‘Foundation’ (1951), ‘Foundation and Empire’ (1952) e ‘Second Foundation’ (1953) vão dar origem a uma série. A ideia já tinha sido apresentada por outras empresas, o que acabou por não sair do papel, mas agora o serviço de streaming da ex empresa de Steve Jobs vai mesmo avançar com o projecto. A adaptação ficará a cargo dos argumentistas David S. Goyer, o mesmo de ‘Batman Vs Superman’ ou ‘Krypton’, e Josh Friedman, que escreveu ‘Chain Reaction’, ‘War of the Worlds’ ou ‘The Black Dahlia’). Para além de assumirem o argumento vão também ficar com os cargos de showrunners e produtores. Segundo a mesma fonte, a Skydance Television será a produtora, e David Ellison, Dana Goldberg e Marcy Ross irão supervisionar a série.
A história desta nova posta da Apple vai ter como pano de fundo o domínio e queda do Império Galáctico, que domina a Via Láctea numa metáfora que junta as próprias questões e contradições do próprio universo de Isaac Asimov. ‘Foundation’, que é considerada um clássico, conta também a história de Hari Seldon, um matemático que desenvolve um método para prever a queda do Império, e por isso mesmo cria um grupo, a ‘Foundation’, para preservar o conhecimento humano e reestruturar a sociedade no futuro.
Por fim, ateu de religião, liberal de política, assumido feminista e socialmente progressista, Isaac Asimov foi muito mais do que um mero autor. Por mais críticas que a sua ficção recebesse no que toca a uma activa reflexão social, o autor nunca desprimorou a realidade, perspetivando-a de forma distinta através do seu conhecimento científico e da sua interminável e infatigável imaginação.