“Unlimited Love”: o álbum que nos traz os Red Hot Chili Peppers em estado puro
Unlimited Love é o título do décimo segundo álbum de estúdio dos Red Hot Chili Peppers, lançado no dia 1 de Abril de 2022.
O álbum, tão aguardado, é marcado pelo regresso do guitarrista John Frusciante, que não gravava com a banda desde o álbum Stadium Arcadium, de 2006. O conjunto que se mantém com o vocalista Anthony Kiedis, o baixista Flea e o baterista Chad Smith volta agora a entrar em acção quase seis anos após o seu último álbum, The Gateway, que contava com Josh Klinghoffer ao leme da guitarra. A mudança de rumo levaria a que o conjunto chamasse novamente John Frusciante a integrar o conjunto, substituindo o presente guitarrista, tudo feito dentro da maior diplomacia.
Unlimited Love conta com o regresso também do produtor Rick Rubin cuja parceria rendeu alguns dos álbuns mais bem-sucedidos do conjunto californiano, nomeamente Blood Sugar Sex Magik, Californication, By The Way e Stadium Arcadium. A junção de todos estes elementos num novo álbum dos Red Hot Chili Peppers alimentaria a espectativa nos apreciadores do seu estilo, numa espécie de regresso aos bons velhos tempos. O álbum terá sido gravado durante todo o ano de 2021 se bem que, não fosse a pandemia, a sua produção teria sido antecipada. Contando com 17 canções, e com uma duração que ultrapassa os 70 minutos, os Red Hot Chilli Peppers regressam com energias redobradas, e com vontade de mostrar mais e melhor da sua música.
É com Black Summer, single dado a conhecer no início de fevereiro, que se inicia Unlimited Love. Num estilo muito próprio onde a voz de Anthony Kiedis bem como todos os restantes instrumentos se juntam em plena harmonia, remetem para aquele que é considerada por muitos o período mais bem sucedido dos Red Hot Chili Peppers, quando o actual quarteto se encontrava na banda. A segunda faixa, Here Ever After volta a exibir o rock dos Red Hot Chili Peppers, com o compasso acelerado numa canção que relembra os tempos gloriosos dos quatro elementos enquanto grupo.
Aquatic Mouth Dance conta com uma forte predominância do baixo de Flea e dos instrumentos de sopro que levam esta canção para um lado mais funk. Not The One inicia-se com a voz calma de Anthony Kiedis, numa canção em tom de balada que se deixa levar pelas teclas do piano tocado por Flea ao longo da melodia. Poster Child, devolve-nos o funk rock characterístico dos Red Hot Chili Peppers, marcada pela sintonia dos instrumentos, enquanto que The Great Apes trata-se de uma canção típica rock, que conta com um solo de guitarra sublime de John Frusciante. It’s Only Natural, deixa-se envolver pela voz de Antohny Kiedis, acompanhada pela voz de acompanhamento de John Frusciante, relembrando um pouco os “bons velhos tempos” do conjunto, assim tal como She’s A Lover, que se apresenta num registo mais alegre.
These Are The Ways apresenta-se num ritmo acelerado e até mais rock onde a batida da bateria de Chad Smith e a guitarra de John Frusciante mostram toda a sua vertente enérgica, enquanto que em Whatchu Thinkin‘, o baixo de Flea mantém-se predominante e incansável desde o princípio até ao fim da sua execução. Bastards of Light inicia-se num registo algo electrónico, mas que rapidamente se converte numa agradável melodia tal como White Braids & Pillow Chair que nos traz um aroma a Califórnia tão presente nas letras das canções dos Red Hot Chili Peppers.
One Way Traffic volta ao compasso acelerado com nuances de funk enquanto que Veronica volta a um galopar mais lento, numa melodia mais sentida. Let ‘Em Cry traz-nos um funk de elevada pureza, onde os instrumentos de sopro e os teclados voltam a emergir ao longo da melodia, contando ainda com um solo da guitarra de John Frusciante, tal como a faixa seguinte, The Heavy Wing. Por fim, surge em tom de balada Tangelo, canção que encerra o décimo segundo trabalho de originais dos Red Hot Chili Peppers.
Unlimited Love traz-nos uns Red Hot Chili Peppers em estado puro, uma reunião de amigos que viveram grandes aventuras e que regressam novamente à estrada. Sem grandes loucuras nem grandes exuberâncias, o álbum acaba por fluir espontaneamente, remetendo um pouco para a era gloriosa do conjunto, mas sempre adicionando novidades e novas vertentes. A aposta nas baladas e num lado mais funk com alguns vestígios de grunge, acabam por contemplar este álbum, gerando um trabalho harmonioso que contribuirá para enaltecer o repertório da banda. Esperemos que este amor sem limites se propague durante os anos vindouros, onde os Red Hot Chili Peppers se manterão actuais aos tempos que correm sem nunca fugir ao seu estilo, dando sempre o seu contributo à música que se manterá sempre grata à presença do conjunto.