Valete, Sandro William Junqueira, Blessing Lumueno, Maria Alice Samara e Manuel Loff declararam apoio à CDU

por Lusa,    27 Março, 2025
Valete, Sandro William Junqueira, Blessing Lumueno, Maria Alice Samara e Manuel Loff declararam apoio à CDU
Valete / Fotografia de Sofia Rodrigues – CCA

O ‘rapper’ Valete, o escritor Sandro William Junqueira e mais 200 cidadãos declararam hoje apoio à CDU nas próximas eleições legislativas, apelando que se vote contra o neoliberalismo, a extrema-direita e as “derivas militaristas”.

Além de Valete e de Sandro William Junqueira, este apelo, intitulado “Os dias levantados”, é também subscrito por personalidades como o treinador de futebol Blessing Lumueno, o saxofonista Ricardo Toscano, a historiadora Maria Alice Samara e o historiador Manuel Loff, que assumiu as funções de deputado do PCP durante uns meses na última legislatura, em substituição de Diana Ferreira.

“Apelamos a um voto certo e seguro contra as desigualdades económicas e o neoliberalismo, contra todas as derivas militaristas e seus efeitos humanitários e ambientais nefastos. Contra a ameaça fascista que o avanço da extrema-direita representa, votaremos por um antifascismo com memória e futuro”, lê-se no apelo.

Assinado por cidadãos de vários setores, que vão de professores universitários a médicos universitários, passando por operadores industriais ou engenheiros do ambiente, os subscritores afirmam não ser militantes nem do PCP, nem do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV), mas apelam ao voto nestes partidos.

“As eleições de 18 de maio exigem um voto naqueles que não desarmam: que se opõem firmemente à deriva militarista e às guerras, que não aceitam que seja normal trabalhar e receber um salário de miséria, que desde sempre combateram sem contemplações o fascismo em todas as suas formas”, afirmam.

Os subscritores defendem que a CDU é composta pelos que “nunca faltam para a construção de tudo o que de decente a democracia fez e fará neste país, do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ao passe social, da escola pública à propriedade pública dos setores estratégicos, dos direitos das mulheres à luta contra a desertificação do interior”.

Entre as razões que consideram justificar a necessidade de um voto na CDU, os subscritores salientam que são “cada vez mais aqueles que, trabalhando e ganhando um salário, não têm direito a uma vida melhor” e começa a faltar o Estado social, substituído pelo “Estado policial, que criminaliza a pobreza e utiliza o racismo e a xenofobia para dividir as classes trabalhadoras”.

“Ainda assim, não falta quem hoje nos imponha a cassete de que a riqueza é criada por unicórnios, que o emprego é uma benesse concedida pelos patrões. (…) Contra esta narrativa, preferimos fazer eco de uma cassete alternativa: a repartição da riqueza entre o capital e quem a produz é uma questão política decisiva na construção da igualdade”, defendem.

Depois, os subscritores abordam a situação internacional, criticando “os governos de direita, tal como os do PS”, por continuarem “a aceitar acriticamente uma integração europeia que retirou as políticas económicas das escolhas democráticas”.

“Pretendendo ‘rearmar-se’ com mais de 800 mil milhões de euros, a União Europeia (UE) chega mesmo a abdicar das regras orçamentais que impõe a quem defende maior investimento no Estado Social”, criticam.

Sobre este ponto, os subscritores criticam os partidos de esquerda que entendem “que o rearmamento é parte da solução e não do problema”, manifestando-se seguros de que, “diante dos que querem fazer da economia de guerra mais um pretexto para fragilizar o Estado social”, “os deputados da CDU nunca serão complacentes”.

“E, perante a ameaça fascista, o reforço eleitoral da CDU convocará o melhor do antifascismo: a memória viva das lutas que nos deram a democracia, mas também o futuro por construir de uma alternativa a um sistema económico que é hoje chão fértil para a demagogia da extrema-direita”, referem.

Este apelo foi promovido pela Iniciativa dos Comuns, estando aberto a subscrição, e será apresentado numa sessão no dia 26 de Abril, cerca de uma semana antes do arranque oficial da campanha para as eleições legislativas de 18 de maio.

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