Walk&Talk completa nove edições com novo pavilhão e múltiplos circuitos de arte

por Comunidade Cultura e Arte,    25 Fevereiro, 2019
Walk&Talk completa nove edições com novo pavilhão e múltiplos circuitos de arte

O Walk&Talk – Festival de Artes dos Açores, completa a nona edição de 5 a 20 de julho com a participação de mais de meia centena de artistas, coletivos e curadores, e a apresentação de dezenas de projetos inéditos que cruzam arte, dança, performance, arquitetura, design, cinema e música.

O programa do festival anual dedicado à criação artística contemporânea é organizado em torno de Circuitos de Arte que integram a apresentação de projetos em vários locais da ilha de São Miguel, residências artísticas e de curadoria, exposições, performances, concertos, conversas, eventos paralelos e iniciativas que promovem a produção e partilha de conhecimento com as comunidades locais, migrantes e visitantes do arquipélago.

Circuito de arte: uma expedição motivada pela empatia

Com curadoria dos The Decorators, um coletivo multidisciplinar sediado em Londres e constituído porCarolina Caicedo, Mariana Pestana, Suzanne O’Connell e Xavi Llarch Font, em 2019 o Circuito de Arte recupera a ideia de expedição. Porém, ao contrário das expedições realizadas às ilhas no século XIX, por mentes racionalistas em sintonia com o espírito do Iluminismo, a expedição ao Walk&Talk será realizada por artistas motivados por fenómenos imensuráveis, irracionais e ininteligíveis. A proposta curatorial toma uma abordagem empática, incentiva a “fundir em vez de medir, personificar em vez de classificar, viver e não explicar”. Os sete novos projetos que serão criados em vários locais de São Miguel vão procurar “incorporar a ilha e produzir experiências no terreno, em colaboração com as comunidades e as paisagens, paralelamente, pretendem repensar a nossa relação atual com a natureza e ensaiar abordagens alternativas”.

Circuito de exposições: untitled para explorar identidade(s)

Sete projetos individuais inéditos apresentados em simultâneo, em cinco locais da cidade de Ponta Delgada, pelos artistas Andreia SantanaGonçalo Preto,Maria TrabuloRita GTMónica de MirandaMiguel C. Tavares & José Alberto Gomes e Diana Vidrascu. Os projetos mapeiam o Circuito de Exposições Walk&Talk, que pela primeira vez será organizado em torno de uma proposta curatorial a cargo do curador Sérgio Fazenda Rodrigues. O circuito Untitled explora a ideia de “identidade”, na sua relação com questões de género, história, paisagem, arquitetura, arqueologia e outros campos das ciências, para refletir a ação do coletivo na construção do “lugar” geográfico, ao mesmo tempo lugar social, cultural e emocional, síntese e contentor de identidades autónomas. Resulta de residências realizadas pelos artistas e o curador nos Açores, entre 2017 e 2019, e vai expandir-se por espaços públicos, privados, museológicos e devolutos, fazendo emergir a criação artística contemporânea da malha urbana, diversificada, por vezes tensa e assimétrica, da própria cidade. Em paralelo, no dia 4 de julho, o artista Olivier Notellet inaugura a individual que assinala a pré-abertura do festival, como habitual, na Galeria Fonseca Macedo. No sábado, dia 6 de julho abre portas na MIOLO – Livraria, Galeria, Editora, a exposição coletiva com curadoria do estúdio de design Ilhas, fundado por Catarina Vasconcelos e Margarida Rêgo.

Artistas em residência

Durante o festival iniciam novas residências no Walk&Talk, na área das artes visuais, os artistas Abbas AkavanDaniel BrackenNadia Belerique e Madalena Correia, vencedora Jovens Criadores Açorianos 2018. Continuam em residência as artistas Luísa Salvador e Polliana Dlla Barba, e a dupla Sofia Caetano & Elliot Sheedy prossegue a produção da longa-metragem The Happiest Man. Na área da música, Michelle Blades e Rodrigo Araújo (Vaiapraia) vão compor nos Açores um novo álbum de inéditos que será editado pela Midnight Special Records, apresentar uma performance ao vivo e, em colaboração com o realizadorTomás Paula Marques, produzir um documentário sobre o processo artístico. A este grupo de artistas vão ainda juntar-se os vencedores dos Open Call 2019 e os convidados pelo curador Miguel Flor para a sexta edição da RARA – Residência de Artesanato da Região dos Açores, onde designers de todo o mundo e artesãos locais cruzam técnicas, matérias-primas, “saber fazer” e afetos para a criação de novos objectos.

Espetáculos em itinerância

At the Still Point of The Turning World de Joana Gama e Luís Fernandes, com direção e orquestração de José Alberto Gomes, vídeo de Miguel C. Tavares e a participação especial dos alunos do Conservatório Regional de Ponta Delgada, é o espetáculo que abre o programa Walk&Talk no palco do Teatro Micaelense. Na principal sala de espetáculos da região, destaca-se também a apresentação de Lento e Largo, a nova criação da dupla Jonas & Lander que teve estreia absoluta no Festival GUIdance 2019, em Guimarães, e é co-produzida pela Rede 5 Sentidos. Noutras salas e espaços não convencionais da ilha, serão apresentadas as performances Silent Disco de Alfredo Martins e Marco da Silva Ferreira e Burning Pricks de António Branco & Riccardo T.dois trabalhos que partilham o desejo de anular barreiras entre os seus intérpretes e o público ou até fundir as ações de ambos.

15 de Março Abertura Open Calls W&T 2019: Reabrem no dia 15 de março as três chamadas destinadas a envolver no Walk&Talk jovens artistas açorianos ou sedeados na região – Jovens Criadores Açorianos, artistas de qualquer origem geográfica ou disciplinar que desejem desenvolver projetos em residência nos Açores – Open Call for Artists, e jornalistas culturais ou críticos de arte que queiram acompanhar o festival – Open Call for Journalists. As pessoas interessadas poderão consultar os regulamentos e candidatar-se através da página e redes sociais do Walk&Talk.

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