10 razões para ires ao Teatro em Lisboa em Fevereiro
O teatro em Lisboa é particularmente diverso em abordagens e temas e numa outra coisa na qual a televisão muitas vezes falha: actores. E actrizes. Este mês a razão principal que damos para dares um pulo a uma, duas ou dez dessas salas todas que existem em Lisboa é o nome de uma actriz – já que o mês está forte em actrizes. Além de que no Teatro raramente faz frio e ainda estamos no Inverno. 10 espectáculos a não perder e 10 nomes a conhecer.
Motivo: Mónica Garnel
O quê: The Swimming Pool Party, São Luiz Teatro Municipal, de 15 a 25 de Fevereiro (Quarta a Domingo)
Mónica Garnel, a que o público de Teatro se habituou na Casa Conveniente/Zonas Não Vigiadas, assina a encenação deste texto de Ricardo Neves-Neves a partir do universo policial de Agatha Christie, com um elenco de actores óptimos dos quais a mesma faz parte e ainda com música de Sofia Vitória a acompanhar.
Motivo: Nádia Yracema
O quê: Finado, Rua das Gaivotas 6, de 1 a 4 de Fevereiro (Quinta a Domingo, Domingo sessão dupla)
Nádia Yracema, a actriz sobrevivente da primeira parte da trilogia de Mário Coelho sobre o fim do mundo e o amor (entrava em É Possível Respirar Debaixo de Água) junta-se agora a Ana Valente, Érica Rodrigues, Francisco Sousa e ainda o autor do texto/encenador Mário Coelho. As emoções vão estar ao rubro. (ATENÇÃO: só 4 dias em cena)
Motivo: Beatriz Brás
O quê: 9 Anos Depois Parte II, Teatro da Politécnica, de 13 a 17 de Fevereiro (de Terça a Sábado, Sábado sessão dupla)
Beatriz Brás que vimos recentemente no Teatro Nacional, nos aclamados Sopro de Tiago Rodrigues e Esquecer de Jean-Paul Bucchieri, regressa à família, o seu colectivo de teatro AUÉÉÉU para repôr a segunda parte da sua trilogia a partir da Ilíada, numa versão muito desconstruída, cheia de cinema, canções e dúvidas de juventude. (ATENÇÃO: só 5 dias em cena)
Motivo: Lígia Soares
O quê: Se eu vivesse, tu morrias, Culturgest, de 6 a 8 de Fevereiro (de Terça a Quinta)
Em fase final de programação na Culturgest, o muitíssimo competente Francisco Frazão, que será sucedido por Mark Deputter, repõe este espectáculo absolutamente genial de 2016 e certamente um dos melhores da década. Texto de Miguel Castro Caldas num espectáculo a 3 vozes, improvável no modo de ser posto em cena. (ATENÇÃO: só 3 dias em cena)
Motivo: Sara Ribeiro
O quê: Medeia, Teatro Ibérico, de 22 a 25 de Fevereiro, 28 de Fevereiro e 1 de Março
Texto de Eurípides, que já inspirou pinturas de Delacroix e Cézanne e um filme de Pier Paolo Pasolini, é levado agora a cena por João Garcia Miguel, sob os corpos de Sara Ribeiro e David Pereira Bastos. Espera-se uma abordagem animal ao clássico, como já tem vindo a ser um bom e sempre inesperado hábito das produções de João Garcia Miguel.
Motivo: Carla Bolito
O quê: Cabarética, Teatro do Bairro, de 7 a 25 de Fevereiro (de Quarta a Domingo)
João Telmo e Martim Pedroso unem esforços num espectáculo que se prevê divertido (com direito a bas-fond e um convidado especial surpresa todos os dias), num espectáculo com a presença da multifacetada actriz Carla Bolito e da treinadora de estrelas e performer Marlyn Ortyz.
Motivo: Isabel Abreu
O quê: Oresteia, Centro Cultural de Belém, de 17 a 24 de Fevereiro (de Quinta a Domingo)
Outro regresso aos clássicos, desta vez pela mão de Tónan Quito, e com a presença de uma das actrizes que mais tem habituado o público português a trabalhos de qualidade, seja no Teatro (inclui Globo de Ouro em 2017), Cinema (com Mariphasa de Sandro Aguilar a ir ao Festival de Berlim ainda este mês) ou TV (Conta-me como Foi, Os Filhos do Rock, Os Boys, Rainha das Flores). O seu nome é Isabel Abreu.
Motivo: Beatriz Wellenkamp Carretas
O quê: Eu Uso Termotebe e o Meu Pai Também, Teatro Nacional Dona Maria II, de 8 a 11 de Fevereiro (de Quinta a Sábado)
Mais um espectáculo integrado no ciclo Portugal em Vias de Extinção, que reflecte sobre a transmissão da memória do trabalho e que permite o regresso da promissora actriz portuense Beatriz Wellenkamp Carretas a Lisboa. (ATENÇÃO: só 3 dias em cena)
Motivo: Ana Ribeiro
O quê: A Rainha, Latoaria, de 15 a 25 de Fevereiro (de Quinta a Domingo)
Depois do absolutamente excepcional Ensaio, espectáculo de 2015, Ana Ribeiro regressa de Berlim e volta a encenar na capital, novamente no inovador espaço da Latoaria, partindo do universo de Jean Genet, rodeando-se, como sempre, de um grupo de actores impressionante.
Motivo: Margarida Bakker
O quê: Je Suis Werther, Comuna, de 8 a 11 de Fevereiro, e Rua das Gaivotas 6, de 23 a 25 de Fevereiro
A jovem actriz entra nesta versão punk de Werther, o clássico de Goethe, primeiro na Comuna e depois na Praça de Espanha. Romantismo e negritude a convergir no espectáculo da companhia recente Associação Cultural Casa Cheia. A não perder.
Artigo escrito por Luis Miguel Davies