maat e Central reabrem ao público no dia 10 de junho

por Comunidade Cultura e Arte,    8 Junho, 2020
maat e Central reabrem ao público no dia 10 de junho
maat

O maat e a Central reabrem oficialmente no dia 10 de junho, no horário habitual das 11h às 19h. 

Em cumprimento das atuais regulamentações de saúde e medidas de segurança, os dois edifícios do Campus da Fundação EDP – Central e maat – estarão equipados com os higienizadores necessários e com verificação de temperatura nas entradas, com caminhos de circulação estabelecidos através dos espaços para assegurar uma experiência segura e agradável ao longo dos novos e já existentes programas. 

Coincidindo com a celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas a 10 de junho e após um prolongado encerramento provocado pela pandemia do Covid-19, o maat revela agora ao público os novos projetos cujo lançamento estava originalmente planeado pata 27 de março.

Para ver no maat

Beeline é uma intervenção arquitetónica à escala do museu comissariada ao estúdio baseado em Nova Iorque SO – IL de Florian Idenburg e Jing Liu. Trata-se de um projecto sem precedentes que marca uma transformação programática sob a nova direção de Beatrice Leanza, pretendendo transformar o museu numa paisagem de encontros e conversações, e protagonizando a abertura de uma segunda entrada, temporária, virada para a cidade adicionalmente à entrada original do lado do rio Tejo. Este grande trabalho é acompanhado pela exposição Currents – Temporary Architectures by SO – IL apresentada na rampa elíptica dentro do espaço central do museu, que mostra 12 projetos do estúdio realizados ao longo da última década e organizados em seis pares temáticos, que salientam os temas que o estúdio explora no seu trabalho efémero e construído. Beeline é realizada em parceria com a empresa Artworks. 

Como parte desta intervenção, os arquitetos desenharam também um conjunto de 15 unidades de armazenamento de arte móveis e reconfiguráveis que se encontram espalhadas pelo espaço – os seus conteúdos, a par de materiais de arte arquivados, são coletivamente intitulados The Peepshow – Artistas da Coleção de Arte da Fundação EDP e apresentam intervenções discretas e intimistas que revelam trabalhos, metodologias e momentos de criação dos artistas, representando assim “espreitadelas” aos seus mundos privados. São eles – Catarina Botelho, Paulo Brighenti, Tomás Colaço, Luísa Ferreira, Horácio Frutuoso, Mariana Gomes, Pedro Gomes, André Guedes, João Louro, Maria Lusitano, João Ferro Martins, Paulo Mendes, Rodrigo Oliveira, Francisco Vidal, Valter Vinagre

Em estruturas complementares apresenta-se Memovolts — Histórias da Coleção de Património Energético da Fundação EDP. São sete mostras com curadoria, com tópicos como “As mulheres na publicidade aos Eletrodomésticos (1930 – 1950)” e “Memórias da Cidade de Lisboa: A Fotografia de Kurt Pinto. O Design do Som e da Imagem (1920-1960)”.

Ainda a acompanhar estes projetos, e enquanto parte da Beeline, estão três estações de áudio intituladas Sound Capsules que acolhem uma série de propostas de som com curadoria e conteúdos especialmente produzidos em colaboração com os alunos da ETIC (Escola de Tecnologias, Inovação e Criação), bem como uma série com curadoria de Gonçalo F. Cardoso, apresentado trabalhos selecionados a partir do catálogo da editoria discográfica Discrepant que explora os temas “Realidades Alternativas” e “Tradições Atípicas”, difundidos aos longo de um conjunto de performances ao vivo que terão lugar na Beeline.  

Um projeto de som comissariado será audível em todos os espaços do edifício do maat. Trata-se de uma paisagem sonora realizada pela artista Claudia Martinho intitulada Extinction Calls. Esta forma de espacialização acústica baseia-se nas músicas e nas vozes de espécies de pássaros extintas ou criticamente ameaçadas recolhidas em plataformas colaborativas e arquivos online, tais como a Macaulay Library do Cornell Lab of Ornithology e a Internet Bird Collection, e foi desenhada para oferecer uma variedade de experiências sonoras através de todo o museu. 

“De um ativismo sónico que evidencia a crise ecológica global, para fechar encontros vibratórios interespécies, esta instalação sonora apela a uma mudança na forma como nos relacionamos com o nosso ambiente, para uma intimidade ecológica, a nossa capacidade inata de sintonia com o outro que não o humano”, diz a artista.  

Por fim, confiámos ao designer francês Sam Baron, sediado em Lisboa, a realização de um sistema de comunicação para ajudar a circulação dos visitantes no museu em respeito com as atuais regulamentações. Trata-se de um sistema tridimensional, de baixa tecnologia, que permeia os locais do museu com uma linguagem de design suave e única feita de módulos reconfiguráveis que utilizam tijolos comuns e superfícies refletoras com uma linguagem gráfica pessoal para lembrar aos visitantes como respeitar as atuais regras. “O desafio de criar uma solução eficaz, comunicativa e, porém subtil, adaptada à missão do maat sem se sobrepor aos seus conteúdos, obrigou-nos a pensar numa solução aparentemente simples mas atraente, que tem de ser também facilmente implementada, modificada ou alargada”, diz Baron acerca do projeto.

maat Mode 2020 – Prototipar o futuro museu:

Beeline foi desenhada para acolher o maat Mode, um programa público participativo de sete meses que é apresentado como um exercício de interrogação acerca do papel das instituições culturais na sociedade e da prototipagem do futuro do museu.

Co-desenvolvido por uma variedade de profissionais internacionais e locais, instituições culturais e grupos da comunidade, maat Mode personifica “um gestor transformador que faz do museu uma arena cívica polifuncional onde a vida pública é debatida, sondada, desafiada e possivelmente inspirada para uma construção mais inclusiva e equitativa do futuro”, diz a diretora Beatrice Leanza. 

Tópicos, conteúdos e modos de envolvimento público são simultaneamente testes e um prelúdio para a programação futura. Entre muitas outras, as áreas de pesquisa incluem a ação climática, com um foco específico nos Oceanos e na cultura marinha, incluindo colaborações com instituições de cultura e educativas portuguesas e internacionais – entre as quais Architecture Follows Fish, um projeto com curadoria de André Tavares e a Garagem Sul; Liquid Infrastructure organizado por Margarida Mendes com o Centre for Research Architecture da Goldsmiths University e Disturbing Conservation: Remapping the Avencas (Marine Protected Areas) desenvolvido pelos curadores Dani Admiss e Gillian Russell. 

Outras colaborações com instituições de educação incluem o Living System Lab at Central Saint Martins, ETIC (Escola de Tecnologia, Inovação e Criação) e FBUL (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa). 

Workshops, visionamentos, conversas e “escolas” discutem e exploram vários temas relacionados com a política da sustentabilidade, conhecimento científico, transformações sociais e urbanas que ressoam em todo o texto português e além dele. Exemplos deste rico programa incluem: Journeys to the In-between, uma série de explorações urbanas com curadoria do coletivo lisboeta Arteria; uma programa multifacetado acerca do tema Women and Freedom com uma dúzia de colaboradores e criado por Marta Lança e Counter Architecture com curadoria de Lucinda Correia e centrado no papel do cidadão no desenho das políticas para uma cidade mais verde. Um programa acerca da relação entre arte e realidade inclui uma série especial de conversas e workshops com artistas da Coleção de Arte da Fundação EDP como Paulo Mendes, Mariana Gomes, Joao Louro, Luisa Ferreira (Lado B e Untitled. Workshop com Artists). O mode Diaries é uma série especial de laboratórios de escrita criativa e de reflexão organizada em colaboração com escritores e editores, por exemplo os fundadores da Revista ambiental britânica It’s Freezing in LA! E o poeta português Miguel-Manso. 

O que fizemos durante o encerramento – maat em tempos de Covid-19:

Como a nossa abertura a 27 de março foi impedida pela pandemia e com o objetivo de nos mantermos presentes para o nosso público apesar do encerramento forçado, a partir de 6 de abril organizámos duas semanas de abertura virtual com documentários e conteúdos digitais especialmente produzidos, através dos quais contamos as origens e planos do novo maat. Desde então, relançámos o nosso website revelando uma nova identidade visual da autoria do atelier Barbara says… . Esta nova identidade além de ter sido aplicada às nossas plataformas digitais, as já existentes e as novas, será também visível no nosso campus, materiais impressos e uma nova plataforma editorial intitulada maat ext. (lê-se extended) que será lançada no início de agosto. 

Beeline e a exposição Currents foram também apresentadas numa colaboração especial com o Dezeen Virtual Design Festival – dois dos vídeos exibidos no dia maat Day x Dezeen (a 20 de abril) marcaram lugar no top-10 dos vídeos mais vistos em mais de uma mês desde o início do festival. 

Redesenhamos parte dos programas do maat Mode – que irão continuar em formato online/onsite a seguir à reabertura – tal como criamos novos.

maat Mode Digital está a decorrer há quatro semanas como uma série com curadoria de segunda-feira a domingo, com temas diários específicos e através dos nossos canais em redes sociais – Instagram, Facebook e o nosso novo canal de Youtube. São apresentados projetos com artistas da Coleção de Arte da Fundação EDP, curtos documentários acerca de histórias dos repositórios da Coleção de Património Energético da Fundação EDP, leituras exclusivas de catálogos por nós impressos, playlist sonoras, pequenos filmes sobre ciência e história da energia pata crianças e famílias, bem como conversas em live streaming com proeminentes arquitetos e artistas acerca do futuro dos espaços culturais – são algumas das secções regulares deste programa digital. 

No Dia Internacional dos Museus (18 de maio), lançámos o primeiro capítulo do novo programa de som e música do maat que terá curadoria de Pedro Gomes ao longo dos próximos dez meses e que é intitulado Terra Irada, inspirado por expressões comunitárias de música. O programa de 18 de maio Nyege Nyege: Uma Nova Esperança foi uma colaboração especial com o coletivo do Uganda Nyege Nyege, apresentando uma conversa online seguida de um set de quatro horas de performances musicais especialmente criado para o maat por seis músicos do Uganda, Tanzânia, Ilha da Reunião, África do Sul e Congo. 

Dados importantes:

  • a entrada temporária no edifício do maat criada para a instalação do estúdio SO-IL, funcionará – para já – apenas como porta de saída de forma a respeitar a circulação em sentido único exigida pelas atuais regulamentações. A entrada no edifício é através das porta virada para o rio. 
  • a bilheteira dentro do edifício do maat está temporariamente encerrada, estando em funcionamento a nova bilheteira e espaço de informação na Central. 
  • pedimos a todos os visitantes que privilegiem a compra de bilhetes e a marcação de eventos online. 
  • lista de medidas de precaução e regras de permanência no espaço podem ser encontradas no nosso website. 

 

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