Câmara de Lisboa inaugura exposição fotográfica sobre ocupação de Israel dos territórios da Palestina
O Arquivo Municipal de Lisboa co-organiza com o coletivo (un)common ground esta exposição, na qual a curadora Ariella Aïsha Azoulay desenvolve uma abrangente história fotográfica da ocupação israelita dos territórios palestinos.
Apresentando 700 imagens, a exposição vai além da noção de arquivo para constituir um sistemático registo das formas de poder e controlo usadas para subjugar a população palestina, que é governada sem lhe ser reconhecida cidadania, nem concedida soberania. Temas como a demolição de casas, formas de detenção, checkpoints, as intifadas de 1987-93 e de 2000-5 e a violência exercida sobre os corpos palestinos fazem parte desta exposição, que reúne o trabalho de mais de 80 fotógrafos, incluindo nomes com uma significativa carreira internacional como Miki Kratsman, Micha Kirshner, o colectivo Activestills, mas também fotografias das ONGs Breaking the Silence, B’Tselem ou Médicos pelos Direitos Humanos.
Estas fotografias comentadas não se limitam a ilustrar os principais eventos que marcaram a ocupação dos territórios palestinos desde 1967. Propõem uma nova forma de olhar os eventos históricos, que se recusa a ver as pessoas fotografadas apenas como sujeitos ocupados, mas como agentes que resistem à ocupação e que exigem os seus direitos. Através destas imagens, que documentam quatro décadas de ocupação da Cisjordânia e de Gaza, o espectador é convidado a reconstruir os apelos palestinos, e a reconhecer a fotografia como um espaço de cidadania.
Inaugurada em Telavive (Minshar Gallery, 2007), esta exposição já percorreu cidades como Ferrara, Joanesburgo, Genebra, Poznan, Barcelona, Amsterdão, Ramala, entre outras, e integra a coleção do Centre Pompidou, em Paris. A exposição enquadra-se no projeto (un)common ground, com curadoria de Marlene Freitas, João Figueira, Marta Mestre, Miguel Figueira e Vítor Silva, e conta com apoio da Direção-Geral das Artes.
A exposição fica patente ao público até 9 de janeiro de 2021, seguindo todas as normas da Direção Geral da Saúde.