Vai nascer em Lisboa o Museu Judaico para contar a história de longevidade e pluralidade do judaísmo português
A Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a Associação Hagadá, responsável pela criação, instalação e gestão do Museu Judaico de Lisboa, celebram hoje o protocolo de colaboração que marcará o arranque do projeto Tikvá – Museu Judaico Lisboa.
Com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, da vereadora com o pelouro da Cultura, Catarina Vaz Pinto e da Presidente da Associação Hagadá, Esther Mucznik, a assinatura do protocolo realiza-se numa data simbólica – 31 de março –, em que se celebra o segundo centenário da abolição do Tribunal da Inquisição, passo fundamental para a abertura do caminho da liberdade.
Intitulado de Tikvá, que significa Esperança em hebraico, o Museu vai situar-se em Belém, com uma área de construção bruta de 3.869m2. Será desenvolvido pelo arquiteto Daniel Libeskind, que desenhou os museus judaicos de Berlim, São Francisco e Copenhaga, bem como os memoriais do Holocausto nos Países Baixos, no Canadá e nos Estados Unidos e o World Trade Center master plan em Nova Iorque, em colaboração com o arquiteto Miguel Saraiva, que colabora com o Studio Libeskind como atelier local para o desenvolvimento deste projeto.
Para o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, “é reconhecido o contributo da comunidade judaica para a formação histórica de Lisboa. Por isso, conhecer e divulgar expressões culturais presentes na cidade como parte essencial da coesão social baseada, no respeito civilizacional e na diversidade cultural e religiosa, constituiu um intento que a CML já vinha perseguindo, o de dotar Lisboa com um Museu Judaico. Agora começa a tomar forma.“, afirma.
Para Esther Mucznik, Presidente da Associação Hagadá, “A celebração deste protocolo de colaboração com a CML é um passo decisivo para a construção do Tikvá – Museu Judaico de Lisboa. O museu contará uma história única de quase dois mil anos de longevidade e pluralidade de culturas que conferem ao judaísmo português um carácter peculiar e muito rico. É esta história e esta memória que o museu com o seu projeto arrojado e inovador, dará a conhecer ao público nacional e estrangeiro.”, acrescenta.
Graças ao contributo do Sr. Claude Berda e a sua família, que estão entre os doadores iniciais e principais, foi possível continuar a avançar com o desenvolvimento do projeto.
O Tikvá – Museu Judaico Lisboa vai retratar a história da presença judaica no território que é hoje Portugal, nomeadamente em Lisboa, partilhando o contributo dos judeus e mostrando que a história e a herança judaica são parte indissolúvel da História do país, pretendendo preservar e divulgar a memória e a vivência judaica e valorizando as diferenças culturais, promovendo, assim, a integração inter-religiosa.