Ativistas manifestam-se em Lisboa por sistema de transportes justo e definem reivindicações
A Manifestação Em Chamas marchou ontem até à sede do Partido Socialista (PS), onde os ativistas reuniram em assembleia aberta e estabeleceram as reivindicações para uma ação de bloqueio parcial do Aeroporto Humberto Delgado no dia 22 de Maio.
Mais de uma centena de ativistas do Climáximo, Greve Climática Estudantil e outras organizações do movimento climático, marcharam a partir do Marquês de Pombal, em Lisboa, para reivindicar o decrescimento da aviação, uma transição justa para os trabalhadores desse setor e um investimento massivo em ferrovia.
À chegada ao largo do Rato, onde se encontra a sede do PS, foi realizada uma assembleia aberta para definir as reivindicações da próxima ação: um ato de desobediência civil em massa que pretende bloquear parte do Aeroporto de Lisboa.
Inês Teles, porta-voz da manifestação, revelou que “no dia 22 de Maio vamos bloquear o aeroporto porque é preciso de uma vez por todas que haja menos aviões, uma transição justa e muito mais ferrovia“. Acrescentou ainda que “a aviação é o meio de transporte mais elitista de todos, porque apenas 20% da população mundial alguma vez entrou num avião, e são precisamente as pessoas que não têm sequer acesso a esse meio de transporte que sofrem mais na pele os impactos da crise climática”, responsabilizando o Governo do PS por afirmar que “quer travar uma crise ao mesmo tempo que a continua a agravar, num momento em que temos dez anos para cortar três quartos das emissões nacionais“., referiu ainda a porta-voz.
A ação de bloqueio do aeroporto continuará a ser preparada através de assembleias presenciais e online, abertas à participação de qualquer pessoa via inscrição online.
As reivindicações definidas foram:
- Menos Aviões: proibição imediata e permanente da construção de novos aeroportos em Portugal; proibição imediata e permanente de voos domésticos em Portugal Continental; e obrigação de manutenção de taxa média de ocupação de voos ser acima dos 60%;
- Transição Justa: formação profissional aos trabalhadores da aviação para Empregos para o Clima em mobilidade sustentável, paga pelas empresas de aviação; garantia de emprego digno via Empregos para o Clima, para todos os trabalhadores do sector de aviação; rendimento de transição por via da garantia de rendimento durante dois anos a todos os trabalhadores do sector
- Mais Ferrovia: até 2024, ligar por ferrovia todas as capitais de distrito, eletrificar todo o sistema ferroviário (antigo e novo) e garantir um consumo de energia 100% renovável.
A Manifestação Em Chamas foi organizada por: A Coletiva, Academia Cidadã, AmbientalIST, ATERRA, Braga Animal Save, ClimAção Centro, Climáximo, Com Calma – Espaço Cultural, Greve Climática Estudantil, Habita, Linha Vermelha, Lisbon Climate Save, Movimento Ar Puro – Rio Maior, NAPA – Núcleo Académico para a Proteção Ambiental do ISCSP, Núcleo Antifascista de Guimarães, Plataforma TROCA, Por Um Ribatejo Melhor e Rede Para o Decrescimento.