Climáximo bloqueia refinaria da Galp em Sines e promete voltar com acampamento activista no Verão
Mais de cem ativistas bloquearam durante várias horas a infraestrutura com maiores emissões de gases de efeito de estufa em Portugal, declarando vitória face a convite ao diálogo por parte da Comissão Central de Trabalhadores e prometendo voltar a Sines em breve.
O colectivo Climáximo conseguiu bloquear durante várias horas as duas únicas entradas de viaturas da Refinaria da Galp em Sines, e declarou a ação como um sucesso num plenário final com todos os activistas reunidos em frente da entrada principal. Baseiam a declaração de sucesso no facto de terem cumprido o prometido, numa ação de bloqueio não violenta, e ter obtido o que consideram ser uma resposta muito positiva da parte dos trabalhadores que os convidaram ao estabelecimento de “uma frente que reivindique a descarbonização da refinaria de Sines até 2025”, em comunicado enviado às redações.
Dois autocarros saíram de Lisboa e Porto para levar todos os activistas até ao ponto de encontro da manifestação, e caminhar daí até à entrada da Refinaria da Galp em Sines. Após uma parte do grupo ter conseguido entrar na refinaria, e a única pessoa racializada entre estas ter sido a única pessoa identificada, decidiram em assembleia partir o grupo a metade para tentar bloquear a segunda entrada principal.
Uma hora depois esse desígnio estava concluído, deixando ainda assim entrar e sair trabalhadores, entoando cânticos como “Fim do mês, fim do mundo, a mesma luta”.
Durante todo o decorrer da ação, foram distribuídos panfletos sobre os motivos da ação aos trabalhadores da refinaria com os quais os activistas se cruzaram, e, ao anoitecer, voltaram a reunir-se para declarar o final de ação numa assembleia com a participação de todas as pessoas envolvidas.
“Viemos aqui reivindicar menos emissões, uma transição justa e democracia energética, e podemos dizer claramente que a mensagem passou”, referiu Mariana Gomes, uma das porta-vozes da ação. Já Carolina Falcato, também porta-voz, acrescenta que “a nossa casa continua a arder, a COP26 foi o último suspiro das instituições para evitar colapso total e prova que vamos nessa direção na mesma e já sabemos que a transição justa do Governo e da Galp não é nem transição nem justa”.
No final da ação, já sabendo do comunicado enviado pela Comissão Central de Trabalhadores da Petrogal, foi ainda apresentado um caminho futuro de presença do Climáximo em Sines, com uma formação sobre Transição Justa no próximo dia 27 de Novembro e um acampamento que culminará com uma ação, durante o próximo Verão porque, disseram “é aqui em Sines que se joga o futuro da transição justa em Portugal”.
“A nossa esperança continuará nas ruas, num movimento que entenda de uma vez por todas que nós somos aquelas de quem estávamos à espera e que ninguém travará o colapso por nós”, conclui Mariana.