Coimbra recebe conversas de cinema: cultura nas cidades e papel do arquivo na desconstrução da memória são os temas abordar
Nos dias 15 e 16 de novembro, o Teatro Académico Gil Vicente (TAGV) recebe duas sessões de “Conversas”, ambas a decorrer às 22h30 e organizadas pelo Festival Caminhos do Cinema Português.
A 15 de novembro, terça-feira, a conversa informal moderada por Filipa Queiroz (diretora da revista Coimbra Coolectiva) é dedicada aos “Espaços da Cultura nas Cidades”. Numa altura em que se manda para a periferia os trabalhadores, para quem se faz cultura nas cidades? Uma chamada de atenção, de reflexão e ponderação sobre o futuro das nossas cidades é o mote desta sessão, na qual participam o realizador Paulo Carneiro, Miguel Ribeiro (diretor do Doc Lisboa), Catarina Pires (representante da associação Há Baixa) e Luísa Lopes pelo TAGV.
Nascido em Lisboa em 1990, Paulo Carneiro destacou-se pelo documentário “Bostofrio, où le ciel rejoint la terre”, de 2018, presente em mais de 30 festivais nacionais e internacionais. O documentário conta a história de uma aldeia no concelho de Boticas de onde é oriunda a família do realizador.
Miguel Ribeiro é diretor do DocLisboa, onde é programador e coordenador de programação há 10 anos. Com vários programas curatoriais entre cinema, performance e artes visuais, é presença regular em painéis, debates e júris de festival – nomeadamente no Festival de Documentário de Salónica (Grécia), no Janela Internacional de Cinema do Recife ou no Festival de Málaga.
Catarina Pires é representante da Associação Há Baixa, formada em 2016 por um grupo de estudantes de Arquitetura e Design e Multimédia da Universidade de Coimbra Desenvolve projetos de âmbito artístico-cultural e social, com base na partilha de conhecimentos e da prática artística como ferramenta de transformação social.
Luísa Lopes é a diretora-adjunta do Teatro Académico de Gil Vicente desde 2017. Tem um longo percurso cultural em Coimbra, com passagens pela Rádio da Universidade de Coimbra, pelo Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra e pelos Encontros de Fotografia.
Já na quarta-feira, 16 de novembro, os oradores são convidados a refletir sobre o papel do arquivo na desconstrução da memória e no diálogo entre o passado e o presente numa sessão intitulada “Arquivo e Memória”, conduzida por Joana Carregado e com a presença dos realizadores Ricardo Leite e Francisca Dores.
Os dois realizadores têm filmes presentes no Festival. Ricardo Leite assina “As Manhãs Azuis”, exibido na Seleção Caminhos nessa mesma noite. Já Francisca Dores realiza “How to be a Candid Woman”, da Seleção Ensaios.
Em “Conversas” são organizados painés de discussão informais, em torno de temáticas que unem a sociedade ao cinema, relembrando o importante papel interventivo e representativo deste. Momentos de reflexão e de desconstrução que proporcionarão janelas de observação para as cidades e para as memórias e vozes dos realizadores e cinéfilos.