Fernando Pessoa e os seus contemporâneos numa exposição no Museu Rainha Sofia, em Madrid

por Comunidade Cultura e Arte,    19 Janeiro, 2018
Fernando Pessoa e os seus contemporâneos numa exposição no Museu Rainha Sofia, em Madrid

Fernando António Nogueira Pessoa nasceu a 13 de Junho de 1888, em Lisboa. Por isso, não é só por virtude do seu padroeiro Santo António que esta cidade reconhece a data como identitária e especial. O seu pai, Joaquim de Seabra Pessoa, era funcionário público no Ministério da Justiça e colaborador no periódico Diário de Notícias. A mãe, D. Maria Magdalena Pinheiro Nogueira Pessoa, havia recebido uma assinalável formação em letras e até compunha alguns versos. A infância e adolescência do futuro poeta seriam condicionadas pelas precoces mortes do seu pai e do seu recém-nascido irmão. É neste oscilante período que nasce o primeiro de inúmeros heterónimos do autor, sendo ele Chevalier de Pas e tendo em vista colmatar a falta do seu pai. Um dos primeiros poemas redigidos destinava-se à sua mãe e contava com a nota “À Minha Querida Mamã“.

E é por aqui que começa a exposição que vai estar patente de 7 de Fevereiro a 7 de Maio no Museu Rainha Sofia, em Madrid. A ideia é mostrar a figura, o poeta: “Ele é bastante lido em Espanha, mas as pessoas conhecem mal o seu percurso de vida. Foi por isso que decidimos começar esta exposição por um núcleo que cruza o plano biográfico com o heterónimo, e daí passar para as artes visuais das vanguardas em Portugal, completamente desconhecidas aqui”, revelou João Fernandes, o curador da exposição e subdirector da Casa Fernando Pessoa, ao jornal Público.

Para completar a exposição e fazer um contexto pleno da ideia de Fernando Pessoa, vão também estar expostas 160 obras de 20 artistas, de instituições públicas e privadas, que de alguma forma marcaram a modernidade portuguesa. “Nesta exposição o que mais nos interessa trabalhar é o próprio conceito de vanguarda e a forma como Pessoa, que não se interessa propriamente pelas artes visuais mas que muito escreve sobre elas, se relaciona com a modernidade.”, declarou João Fernandes ao Público.

Fernando Pessoa foi um dos maiores criadores da cultura europeia e talvez o maior numa escala nacional. Para além de criar obras, criou gentes. E esta é uma exposição quase obrigatória por isso mesmo.

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