Mais um ano de Lisboa Electronica
A música electrónica voltou a Lisboa, onde pernoitou durante quatro dias muito vibrantes, cheios de música e muita dança. Mais do que um festival, é a celebração da música como cultura, contando com sessões de DJ, actuações ao vivo e conferências, tendo como principal protagonista a música eletrónica. Esta é a proposta do Lisboa Electronica, que tenta aproximar o público levando-o numa experiência substancial que ultrapasse os sentidos e as formas.
Pelo segundo ano consecutivo na cidade, o festival acontece em vários espaços. A Musiculture no Teatro Capitólio, onde tudo começou na quarta-feira passada com algumas conferências de parceria feita com a Red Bull Music Academy, surgindo nomes nacionais e internacionais como Carlos Maria Trindade, Serge e também Mike Grinser. A partir de dia 5 começam os showcases de várias editoras portuguesas e estrangeiras no Ministerium, para além da conversa com Rui Vargas. Nessa noite, o grande destaque foi para Helena Hauff e o inglês Actress, porta-estandartes da editora Werkdiscs.
Sexta e sábado tudo mudou para o LXFactory, onde surgem editoras como Bloop/Half Baked, Ministerium Records ou Discobar, com nomes como Robin Ordell e Lamache; a Pole Group também ganha destaque com os artistas Oscar Mulero, Fautzi e Tensal; Trelik com Alex Celler e Baby Ford; a editora Trip (трип) com Deniro e Nina Kraviz, sendo esta última cabeça de cartaz, e talvez o nome mais emblemático de todo o festival.
Foram 29 editoras e 66 artistas que ganharam vida neste festival, ao longo de quatro dias de várias variantes da electrónica, com nomes que deixam alguma curiosidade como Fumiya Tanaka, Sonja Moonear, Legowelt ou Stellar om Source.
A DJ e cantora russa Nina Kraviz subiu ao palco no LXFactory para a actuação mais esperada, que conseguiu reunir muita gente para a ver, um público expectante, esperando pelas suas escolhas musicais. Decretou um ritmo, um corpo dançante, uma forma de estar que contagiou todo o público.
O Lisboa Electronica é um festival de música digital que veio para ficar, repleto de público variado, mentes jovens, nacionais e internacionais. Um pouco de todo o mundo, chegam-nos influências do ser e do estar dançante. Um ambiente bastante descontraído e divertido, cheio de pensamentos néon, do techno ao industrial, abarrotado de todo o tipo de ambiências electrónicas.
O festival, como já foi dito, centra-se na mostra dos trabalhos das várias editoras discográficas, e pretende desenvolver e abrir o mercado para a indústria da música electrónica em Portugal.
Fotografias de Sara Camilo