A arte como rumo da honestidade
A arte configura-se como caminho para a honestidade. Do processo criativo nasce um pouco mais de nós. Aquilo que somos ou fomos em determinada altura, acaba versado na construção artística. O detalhe, o pormenor, a minúcia. Tudo isto conta numa história meticulosa sobre o ser humano. Os contos também se traduzem na gravura, na imagem ou na forma, mesmo que isenta de sinais ou de símbolos. Muitas das grandes fábulas são expressas na extensão e apresentação dos elementos naquilo que é inovado em arte.
A arte é inovação desde o momento em que passa do pensamento para a ação, da ideia para a construção. Aquilo que é idealizado e engendrado no pensamento conhece uma realidade distinta e evidente. É a tal que se compõe como a interpretação subjetiva de cada um sobre aquilo que é o mundo ou um restrito contexto em específico. Assim, a arte não traduz mentiras. Pode traduzir medos, motivações, inspirações ou fantasias. No entanto, não há lugar para a mentira individual e social. São estipuladas hipóteses reais e existentes. Não se dá origem a peças que se revelam um embuste pelo seu criador. Aquilo que é arte traz a procura de uma verdade específica.
Aquilo que não se explica em discurso direto e ereto tem de conhecer uma outra forma de ser extraída. Uma escrita mais elaborada ou intrigada, baseada numa fantasia embalada e infundida em poesia ou em drama. Quando as palavras não são suficientes, parte-se para um outro método de expressar esse caminho para a verdade de cada um. A explicação pelo meio de um talento visual ou manual pode ser uma solução. A arte mais física e palpável é uma solução, assim como um outro estilo que pede mais contemplação e reflexão. Ideias que passam nas entrelinhas de uma interação entre o ser e o criar. O prazer de dar vida àquilo que apoquenta, que anseia, que inspira e expira em entusiasmo ou em sofrimento, é imenso. A arte traz em si um caminho que não necessita de mecanismos de tortura para se redescobrir o que é verdadeiro.
A honestidade desvenda-se quando o criador e o experienciador se entregam à arte. Devolve-se a dialética dos tempos antigos aos modernos dias, estes que tanto precisam de um novo fôlego que possibilite o crédito da verdade. Por muitos que os bancos não concedam, o coração estará pronto para se aventurar numa linhagem inovada e renovada. O mérito da arte estende a passadeira para a passada confiante e desafiante da verdade.