“A Metamorfose dos Pássaros”, de Catarina Vasconcelos, vence prémio da crítica no Festival de Cinema de Berlim
A Metamorfose dos Pássaros, primeira longa-metragem de Catarina Vasconcelos, foi distinguida pela crítica internacional com o prémio FIPRESCI. A distinção foi obtida na recém-criada secção de Encontros da septuagésima edição do Festival de Cinema de Berlim, na sexta-feira (28).
O filme teve a sua estreia mundial em Berlim e corresponde à segunda aventura de Catarina Vasconcelos pelo mundo da realização. Em 2014, havia realizado a curta-metragem documental Metáfora ou a Tristeza Virada do Avesso. Além de Berlim, irá marcar presença em mais de dez festivais internacionais.
Descrito pelo júri como uma “estreia profundamente pessoal, terna e poética“, para Catarina Vasconcelos o nascimento deste projeto foi “um processo altamente íntimo e pessoal”, revelou à agência Lusa. Desenvolvido ao longo dos últimos seis anos, o filme foi integrado na secção Encontros do Festival de Cinema de Berlim, tendo sido esta inaugurada e programada pela nova direção artística do festival.
Tal como na sua anterior curta-metragem, o enredo de A Metamorfose dos Pássaros roda à volta da história da sua família. Mais concretamente, o foco é na história de amor dos seus avós e a morte da avó paterna, que nunca chegou a conhecer.
Cruzando uma linha ténue entre filme e documentário, Catarina considera que o projeto é um “híbrido de formas”. Isto é, as lacunas das suas memórias de infância e juventude são preenchidas pela ficção.
Em entrevista ao jornal i, revelou que o filme possui “um lado catártico, de processo e de investigação”, intimamente conectado com o processo de cura que ocorre após a morte de alguém próximo. Este é um sentimento universal, que vai além da história da sua própria família.
Em Portugal, o filme ainda não tem data oficial para estreia no grande ecrã, sabendo-se apenas que esta irá ocorrer ainda durante este ano.
A Metamorfose dos Pássaros foi produzido por Pedro Duarte e Joana Gusmão, com apoio financeiro do Instituto do Cinema e Audiovisual, RTP e Fundação Calouste Gulbenkian.
Este artigo foi escrito por Miguel Rocha e foi originalmente publicado em Espalha Factos.