Amarante estreia exposição dos 75 anos da Magnum Photos e convida fotojornalistas de renome mundial
A segunda edição do f/est Amarante — Festival Internacional de Fotografia realiza-se de 27 a 29 de maio sob o tema “Refotografar”, com um vasto programa composto por exposições, workshops, talks e atividades de rua.
Entre os destaques está a inauguração da exposição “Magnum Photos 75 years”, da prestigiada agência fotográfica, que começa em Amarante um périplo mundial que é também um relato histórico dos nossos tempos. A diretora global de exposições da Magnum Photos, Andréa Holzherr, estará em Amarante também para acompanhar a estreia em Portugal de “As I Was Dying” de Paolo Pellegrin. Nesta mostra, o multipremiado fotojornalista italiano (Magnum Photos) vai expor trabalhos fotográficos globais e desconcertantes feitos em zonas de guerra e conflito (Líbano, Sudão, Gaza, Libéria, Iraque, Palestina, entre outros). No seu trabalho, Paolo Pellegrin apela à memória coletiva e ao sentido de coresponsabilidade inerente ao ato de reportar situações de fragilidade humana.
Em Amarante estará igualmente a artista performativa Agata Kay, protagonista do livro “Agata”da talentosa fotógrafa Bieke Depoorter (Magnum Photos), para participar numa conferência.
De volta a casa, depois de uma temporada na Fundação Calouste Gulbenkian, “As Bravas” de Paulo Pimenta, a partir de um projeto PELE. As fotografias das mulheres do Marão, “figuras mitológicas vivas, arquétipos da natureza na sua forma mais bela e mais crua”, poderão ser vista nos Claustros do Mosteiro de São Gonçalo.
Mas há mais: “Remapear as margens: hipsografia do centro”, com trabalhos de um coletivo de fotógrafos do IPCI — Instituto de Produção Cultural e Imagem; workshops com o fotógrafo Hugo Lima, e os fotojornalistas Rita Carmo (Blitz/ Expresso) e Leonel Castro (JN); duas conversa sobre fotografia e conflito — com a presença da fotojornalista Violeta Moura (distinguida em 2017 pela revista Time como uma das 34 fotojornalistas cujo trabalho deve ser seguido; Reuters; National Geografic), da ativista Carolina Pereira (fundadora do movimento ONU Mulheres HeForShe Portugal), e da psicóloga Ângela Maia (investigadora na área do trauma na Comissão Científica do Centro de Recursos do Stress em contexto Militar – Ministério da Defesa), com moderação de Ricardo Alexandre (diretor adjunto da TSF dedicado a questões de política internacional e autor de inúmeras publicações sobre zonas de conflito) – e sobre fotografia e influência nas redes sociais — com a presença do fotógrafo André Brito (projecto Nudes Fine Art), e da diretora criativa Tânia Sousa (design na Fashion Clinic, autora do blog Dioespirro), com moderação de Diogo Queirós de Andrade (Observador, Público, especializado no cruzamento entre tecnologia, cultura e poder); foto à-la-minute, com Afghan Box e Wonderbox; e Oficinas de Jogos Visuais, para o público infanto-juvenil.
“Depois de, em 2021, termos feito uma primeira abordagem ao conceito deste festival, com aquela que designamos de edição zero, surge agora a primeira edição do f/est Amarante, que vem marcar o panorama cultural de Amarante, atribuindo à área da fotografia uma clara dimensão internacional — como, aliás, se demonstra pela escolha da Magnum para iniciar aqui as comemorações mundiais do 75.º Aniversário, o que muito nos honra”, afirma José Luís Gaspar, presidente da Câmara de Amarante.
Andréa Holzherr, Diretora Global de Exposições Magnum Photos adianta que “o 75.º aniversário da Magnum será comemorado ao longo do ano em diversos locais. Começamos em Amarante no final de maio, seguindo-se Nova York no final de junho, Berlim no início de setembro, e Paris em novembro, durante a Paris Photos. Neste aniversário podemos assegurar a mesma diversidade e qualidade no estilo e abordagem da narrativa visual que sempre distinguiu a Magnum”, e acrescenta: “É uma grande honra ver a Magnum ocupar um lugar de tanto destaque neste festival”. Esta exposição poderá ser vista pelas ruas de Amarante, em formato digital (através da leitura de QRCode) e em papel, até 31 de agosto.
O curador do f/fest Amarante, Lino Silva, explica que a edição de 2022 é também um desafio para o público “pensar menos e sentir mais”. “A fotografia tem o poder único de nos fazer contemplar em silêncio o que nos rodeia, mas também de nos transformar, apelar à mudança. Por isso deixo o convite: venham ao f/est Amarante e deixem-se levar pelas imagens que vão tomar conta da cidade. Parem, contemplem e sintam. Se o fizerem, o propósito deste festival será conseguido”, conclui.