Angel Olsen anuncia novo disco e regressa a Portugal
Em Lisboa guarda-se um lugar especial para Angel Olsen, compositora de inegável caminho ascendente que passou várias vezes pela cidade e teve refúgio na ZDB. Agora anuncia um novo álbum e uma tour europeia, com duas datas em Portugal. All Mirrors é o quarto longa-duração da artista e tem data de lançamento prevista para 4 de Outubro via Jagjaguwar, um disco de incursões à intimidade mergulhado em fantasiada introspecção. São retoques sombrios como brecha de luz numa porta entreaberta em que Angel Olsen nos sugere para entrar, sentar e escutar. Há muito que a sua voz criou laços com o público português, aqui tem um porto de abrigo e uma audiência repleta de amigos. O reencontro torna-se portanto inevitável, numa noite de contemplação pura, onde se apresentará num registo invulgar, acompanhada por sete músicos. Dia 23 de Janeiro de 2020 no Capitólio, pela mão da ZDB e no dia seguinte no Hard Club, no Porto. Os bilhetes serão colocados à venda esta sexta-feira.
As trevas são um enredo comum na história, literatura e filmes, uma protagonista que mergulha cada vez mais, deixa-se afundar, mas por cima existe um abismo. Uma escada branca e sinuosa que sobe em direcção ao desconhecido, cada etapa exige ousadia, e é nesta jornada que encontramos Angel Olsen. Um voo sem direcção, um momento de levitação sem subida, sem descida.
O seu início como colaboradora mudou radicalmente quando lançou o seu trabalho a solo. Posteriormente formou bandas para tocar as suas canções e a sua audiência cresceu exponencialmente. No novo álbum All Mirrors, assistimos a uma viagem introspectiva por destinos e revelações íntimas e incertas. No processo de criação deste disco a artista encontra um novo som e uma nova voz, uma mistura explosiva entre fúria e aceitação.
“Pode dizer-se que aconteceram várias coisas inesperadas na minha vida” refere Angel Olsen “(…) parece que parte da minha escrita voltou do passado, e outra parte estava apenas à espera para existir”.
All Mirrors agarra-nos e empurra-nos em direção à luz, ao mesmo tempo que atrai a escuridão: o vibrato singular, sempre tão perto, frases simples, que se tornam em ideias massivas sobre a incapacidade de amar e a solidão universal. E de repente os arranjos de cordas e coros emergem, impulsionando o tenor apocalíptico. É em All Mirrors que Angel Olsen permite a entrada da escuridão e dos tons góticos, que afinal sempre moraram nas profundezas da sua música.