Arquivo da PIDE pode ser consultado mas metade nunca foi divulgado

por Comunidade Cultura e Arte,    9 Junho, 2019
Arquivo da PIDE pode ser consultado mas metade nunca foi divulgado
Arquivos da PIDE / Fotografia de Arquivo Nacional Torre do Tombo
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Hoje é dia Internacional dos Arquivos.

A data foi instituído pela Assembleia Geral do CIA – Conselho Internacional de Arquivos, realizada no Québec, em Novembro de 2007. Foi escolhido este dia, por ter sido precisamente a 9 de Junho de 1948 que a UNESCO criou o CIA – Conselho Internacional de Arquivos.

O objectivo da criação do Dia Internacional de Arquivos é proporcionar condições para que se desenvolvam acções de promoção e divulgação da causa dos arquivos em todo o mundo.

Em Portugal um dos arquivos mais importantes está no Arquivo Nacional Torre do Tombo, antigamente designado por Arquivo Geral do Reino, e popularmente referido apenas como Torre do Tombo. Esta é uma unidade orgânica nuclear da Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas que se constitui como arquivo central do Estado Português desde a Idade Média. Tornando-se assim numa das mais antigas instituições portuguesas ainda activas.

Actualmente, e já acontece há 25 anos, o Arquivo Nacional da Torre do Tombo está aberto a pesquisadores e ao público em geral.

No passado mês de Abril, quando se celebraram os 45 anos da revolução do 25 de Abril, que acabou com a ditadura em Portugal, a TSF divulgou que “Metade do arquivo da PIDE nunca foi consultado“, ou seja, grande parte do arquivo da Polícia Internacional e de Defesa do Estado [PIDE], a polícia política portuguesa, responsável pela repressão de todas as formas de oposição ao regime político vigente, ainda está por ser divulgado.

Segundo o mesmo artigo, escrito pelo jornalista Nuno Guedes, e após entrevistar Paulo Tremoceiro, chefe de divisão no Arquivo Nacional Torre do Tombo, ainda há “Um mundo que em grande parte ainda está por descobrir“. Segundo o chefe de divisão no Arquivo, todos os dias são consultados processos, no entanto, o arquivista conclui que “metade da documentação existente nos nossos depósitos ainda está por consultar“,”milhões de vidas de pessoas que desconhecem ou apenas subentendem que terão sido vigiadas pela PIDE/DGS, nunca tendo consultado os seus processos no Arquivo Nacional“.

Para consultar os registos da PIDE basta fazer um pedido ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

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