‘As Canções do Punk’ ao vivo: uma noite de nostalgia e rock ‘n’ roll
No dia 14 de Dezembro do ano passado, teve lugar no Hard Club, no Porto, a primeira de duas sessões d’As Canções do Punk ao vivo, uma iniciativa da Antena 3 em conjunto com a Lovers & Lollypops. Ao palco subiram Killimanjaro e Stone Dead, duas das mais proeminentes bandas de rock portuguesas da atualidade, que percorreram 40 anos do movimento punk na setlist do espectáculo, à semelhança da Antena 3, que ao longo do ano de 2017 foi apresentando as canções desde os primórdios do movimento, em 1977, até aos dias de hoje. As duas bandas já tinham referido que a noite seria composta por canções surgidas antes de qualquer um dos elementos terem nascido.
Para dar início à noite, as duas bandas sobem em conjunto ao palco, com Zé Roberto dos Killimanjaro a assumir a voz, e, por trás de si, duas baterias frente-a-frente como num duelo a opor Joni, de Killimanjaro, a Bruno, de Stone Dead. Os clássicos não faltaram, desde “Anarchy in the UK” dos Sex Pistols, “Blitzkrieg Bop” dos Ramones, “Born to Lose” de Johnny Thunders and the Heartbreakers ou “Ace of Spades” dos Motörhead, até a «TV Eye» dos The Stooges, canção já habitual na setlist dos ‘good boys’ de Alcobaça.
A cerca de um quarto do concerto, os Killimanjaro saem de palco para, nas palavras de Zé Roberto, ouvirmos os Stone Dead que “trazem canções de amor para vocês”. Agora com João Branco ao comando da voz e com Leonardo Batista a protagonizar também alguns vocais, a banda de Alcobaça não deixou arrefecer o ambiente, nem tampouco embalou o público com canções de amor; pelo contrário, poderosos riffs e sentidas batidas de bateria arrancaram saltos e moshes em hinos ao amor. Nem os Killimanjaro faltaram à festa, estando por esta altura já imersos no público e na eletricidade que se fazia sentir.
Depois de reunirem as bandas novamente para mais alguns temas, foi a vez dos Killimanjaro tomarem o palco a solo, com Jonas Gonçalves na guitarra, e mais tarde com Leonardo Batista a assumir os riffs, uma vez que Zé Roberto ainda se encontrava com a mão partida, facto que não impediu o banho de rock e punk que se seguiu. Com as linhas suadas do baixo de Luís Masquete a dar o mote, os Killimanjaro teriam a maior ovação da noite a tocar “Hook”, uma música de sua autoria que arrancou do chão todos os presentes no Hard Club.
Numa sentida homenagem a Zé Pedro a terminar o set, entoaram-se “Morte Lenta” e “Submissão”, com a presença de Kalú em palco, o baterista de Xutos & Pontapés. Ambas as canções foram recebidas com ovações de encher o coração e que, de tão estrondosas, certamente chegaram a Zé Pedro, onde quer que este estivesse.
A noite encerrou com uma nostalgia do passado em que as duas bandas mergulharam e nos fizeram viajar. Um alinhamento glorioso e um ambiente explosivo tornaram esta revisitação de 40 anos do movimento punk uma iniciativa de sucesso e uma noite memorável.