China proíbe livros didácticos estrangeiros e literatura clássica estrangeira no ensino público

por Comunidade Cultura e Arte,    9 Janeiro, 2020
China proíbe livros didácticos estrangeiros e literatura clássica estrangeira no ensino público
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A China anunciou ontem (dia 7) a proibição de materiais de ensino estrangeiro no sistema de ensino do país. Livros didácticos estrangeiros ou literatura clássica estrangeira são dois exemplos de materiais que serão excluídos das escolas públicas primárias e secundárias — nestas últimas, há excepções em escolas que tenham aulas em conjunto com instituições de ensino estrangeiras, revela a CNN.

Para o Partido Comunista a cultura tem sido usada como o “poder brando” que é tão poderoso quanto qualquer arma no campo de batalha política e económica internacional.“, disse em 2019 o artista e activista chinês Ai Weiwei.

A directriz, redigida em Dezembro de 2019 e publicada ontem pelo Ministério da Educação Chinês, revela ainda que as salas de aula devem apresentar materiais didácticos que “insistam nos princípios orientadores do marxismo” e que os alunos devem assumir “a grande responsabilidade do rejuvenescimento da nação chinesa“.

Ai Weiwei / Reuters

A juntar a estas medidas, o Ministério da Educação Chinês anunciou também que irá reforçar o sistema de revisão do ensino para que todos os materiais que contenham “problemas de direcção política ou orientação de valores” não sejam aprovados no futuro. Materiais com assuntos com fortes princípios ideológicos, como soberania, nação e religião, serão escritos e distribuídos directamente nas escolas, revela ainda a notícia da CNN.

Um porta-voz do Comité Nacional do Livro Didáctico disse também ao People’s Daily que a proibição tem como objectivo consolidar a influência do Partido Comunista no sistema de ensino chinês: “O nosso próximo passo é sistematizar o ensino da filosofia chinesa e acelerar a construção de materiais de ensino para a pesquisa de teorias marxistas“, acrescentou.

Recentemente, o arquitecto, artista plástico, pintor e activista chinês Ai Weiwei afirmou que “Toda a indústria cinematográfica é manipulada na China. É a maior máquina de censura do séc. XXI” e que “Cada linha de texto, cada frame, é fortemente censurado. Todos os dias a China se torna mais forte no controlo das ideologias das pessoas e na distorção das informações, promovendo um entretenimento puro, desprovido de conteúdo estético ou profundamente filosófico“, acrescentou ainda o artista.

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