Cinema. Imigração em França, nos 60 e nos dias de hoje, e vida quotidiana do bairro da Jamaica no Cinema Ideal
A próxima semana do “6.doc”, iniciativa do Doclisboa e do Cinema Ideal, terá lugar entre 21 e 27 de Abril e a sua programação servirá também para assinalar mais um aniversário do 25 de Abril.
Em “Nós Viemos”, filme de José Vieira, é traçado um retrato da imigração em França nos anos 60 e nos dias de hoje, e em complemento a curta-metragem “Jamaika”, filme de estreia do fotógrafo José Sarmento Matos, é mostrada “uma visão imersiva da realidade deste bairro nos arredores de Lisboa durante o período de confinamento devido à pandemia Covid-19, onde a segregação e a falta de políticas públicas intensifica as fragilidades desta comunidade.”, pode ler-se num comunicado.
“Jamaica é um bairro extremamente carenciado na periferia de Lisboa e habitado por migrantes de África ou descendentes africanos de Angola, São Tomé e Príncipe e Guiné Bissau. O filme é sobre a vida quotidiana no bairro durante a crise actual.”
Sinopse de “Jamaika”
Sabe ainda que o filme “Nós Viemos” parte da experiência pessoal do cineasta José Vieira, que tinha apenas sete anos quando, em 1965, foi viver para França, para a construção de uma memória colectiva sobre este período da história portuguesa marcado por um dos maiores movimentos migratórios forçado pela ditadura, “ao mesmo tempo que enceta um diálogo entre as dificuldades sentidas pelos imigrantes portugueses e as que atravessam a actual vaga de migrantes, alguns dos quais vindos da África subsariana.”, pode ler-se no mesmo comunicado.
“Tinha sete anos quando atravessei a fronteira, a 23 de Janeiro de 1965, para Hendaia. Não tenho memória de chegar a França. Como descrever um acontecimento de que não se tem memória, a não ser procurando a história própria na de outros?”
Palavras de José Vieira e sinopse de “Nós Viemos”
Como habitualmente, a programação contará com conversa com os realizadores e incluirá alguns convidados especiais.