‘Entre Ruínas, Entre Gente.’ Eles prometem um crime
“Entre Ruínas, Entre Gente”, pelo 3º ano do curso de Teatro e Educação da Escola Superior de Educação de Coimbra, estreia esta quinta-feira, 26 de Janeiro, em Coimbra, na Oficina Municipal de Teatro (O Teatrão) e permanece até dia 4 de Fevereiro.
A peça, interpretada pelo 3º ano do Curso de Teatro e Educação, que também a produz em colaboração com a companhia de teatro “O Teatrão”, integra-se na disciplina de Projeto de Intervenção, e tal como o nome indica, pretende intervir sobre algo no universo de individual e coletivo de quem a faz acontecer e de quem vê. Como nos dizem os alunos, intervir não é apenas ir para a rua. O teatro é uma forma de intervenção poderosa porque aqueles que lá vão estão a dar o seu tempo e atenção. O Tempo é mesmo o tema escolhido, o mesmo tempo que os atores/produtores se propõem a assassinar enquanto estivermos dentro da sala do teatro. A provocação é fácil de compreender: “Dizem-nos que ele é curto, e voa, e é dinheiro” e ainda assim arranjamos formas de o matar. Porquê matar o tempo? Para que é que, nas palavras de uma das personagens, “andamos a fazer algo acontecer à espera que algo aconteça”?
O encenador Pedro Lamas (também ele licenciado em Teatro e Educação, que passou por companhias como os Artistas Unidos e O Teatrão e que pertence atualmente à Trincheira Teatro) deixa-nos pistas – “Andamos dentro da nossa pequena bolha, dentro de uma imensa solidão, onde vamos matando o tempo enquanto esperamos que as multinacionais reconstruam Alepo, que o Trump caia, que o Passos saia do governo. Existe uma vida além disto. Por exemplo, quando o teu irmão tem um acidente, a vida bate-te de frente e aí não tens como fugir, não podes fazer nada para fugir do que está a acontecer naquele momento.”
Para compreendermos melhor, talvez seja boa ideia ir matar esse Tempo para uma sala de teatro em Coimbra durante a próxima semana.