Entrevista. O salto de fé e o fingimento da aurora dos Sensible Soccers
Há cerca de um mês, apareceu Aurora, o novo trabalho dos Sensible Soccers. Com uma nova formação e um som mais rico, a banda nortenha continua a explorar as possibilidades da sua música instrumental movida a sintetizadores de uma forma incomum no nosso país. Na aurora do ciclo de vida deste disco e na perspectiva da sua apresentação ao vivo, a Comunidade Cultura e Arte sentou-se com André Simão, Hugo Gomes e Manuel Justo para conversar acerca do disco e de como o mesmo surgiu. Foi uma conversa descontraída e animada, que ajudou a dar ainda mais vida a um disco já de si carismático.
Porquê Aurora?
Manuel Justo: Foi o nome que surgiu, já no processo final. A música “[Um] Casal Amigo” inicialmente chamava-se “Aurora”, e depois sentimos que Aurora ilustrava bem aquilo que o disco tinha sido e que caía bem enquanto nome, e resolvemos alterar o nome da música. Pensámos a posteriori que fazia mesmo sentido porque foi uma espécie de ano zero, foi um ressurgimento ou renascimento da banda e foi com isso na cabeça que nós achámos que Aurora calçava bem o disco.
Como é que se dão nomes a músicas destas?
André Simão: [Risos] Isso por acaso é uma boa pergunta.
MJ: Cada um mete a sua história. Geralmente surgem ideias estapafúrdias e depois passam a uma fase de aprovação, votamos e decidimos se vai ou não para a frente. Mas às vezes é a ideia que a música nos transmite e tentamos arranjar algo simbólico que case bem com a sonoridade da música, como é por exemplo o caso da “Luziamar”; era uma discoteca gigante em Viana do Castelo e como este disco acaba por trabalhar um bocado esse imaginário, essa música tinha alguma magia que nós imaginamos que acontecia nesse local. No caso da “[Um] Casal Amigo” por exemplo, como é uma música com duas partes que casam bem, sentimos que é um casal amigo.
Hugo Gomes: É uma expressão que achamos piada!
MJ: Basicamente. No caso da “Como Quem Pinta”, sentíamos que aquilo era uma espécie de quadro e aquele loop era uma tela, uma tela na qual se ia pintando e os sons que iam aparecendo iam decorando esse quadro.
AS: E há nomes mais espontâneos. A “Farra Lenta” surgiu porque nós fizemos uma música que se chamava “Farra” e depois fizemos outra que era parecida, mas que era lenta, e ficou “Farra Lenta”, afeiçoámo-nos ao nome.
HG: Aliás, nós temos dificuldade em chamar quase todas as músicas pelo nome com que elas ficaram no disco. Para nós elas têm outro nome dado ao gravar a sessão. Por exemplo, “Bichos do Soto” era “Nossa”.
AS: A “Import Export“ era “Ideia 1”.
HG: “Ideia 1”, por exemplo, foi a primeira ideia que surgiu. Eu ainda agora tenho os sons e está lá escrito “Ideia 1”, não está “Import Export”, às vezes ainda tenho que pensar. Neste disco, aconteceu também ali a determinada altura os nomes das músicas estarem completamente trocados. A “Import Export” que sobrou para a “Ideia 1”, eu acho que chegou a ser o nome da “[Um] Casal Amigo” [risos]. Ou da “Elias Katana”, ou a “Elias Katana” chegou a ser a “Import export”. Mas depois sentimos que não. Esta é esta, aquela é aquela. Os nomes geralmente são ideias estapafúrdias, já desde o início da banda que a coisa era assim.
Em que é que vocês acham que este álbum difere do anterior? Como foi adaptarem-se à saída do Filipe Azevedo?
MJ: Primeiro porque somos uma banda diferente, sem um elemento da banda, o guitarrista. Durante um mês ou dois, ficámos a pensar o que é que íamos fazer da vida, e pensámos logo que queríamos fazer um disco sem guitarras. Ele tinha saído e nós queríamos ir para um lado que excluísse as guitarras, e assim foi. Pensámos noutros elementos como a percussão e mais sintetizadores, marimbas também estavam na nossa cabeça, e fomos atrás dos músicos e fomos atrás dessa ideia. E surgiu também algo que nos ajudou a aconchegar essa ideia de fazer o disco sem guitarra, que foi a forma como o baixo foi trabalhado durante o disco, o som que encontrámos e o trabalho que o [André] Simão faz no disco acaba por ser a voz principal que substitui a guitarra neste disco.
HG: Que às vezes ficava uma coisa única e exclusivamente com essa dinâmica de cantarolar, da voz por cima da música. Nós não temos voz, passava muito pela guitarra. E agora é mais um jogo de vários elementos, passar a bola uns aos outros.
AS: A parte temática da voz das músicas é mais dividida.
Sentimos que neste álbum é mais fácil um público que não vos conhece entrar na vossa onda. Vocês sentem isso na vossa música?
MJ: É engraçado estares a dizer isso, porque eu acho o contrário. Acho que os loops que davam mote às nossas músicas eram mais violentamente pop do que são agora. Eu acho que [no Aurora] isto é muito mais cru, nasce uma ideia, que vai sendo ali desenvolvida e dantes estávamos muito tempo nessa espera, a gerir essa espera. E agora acho que a nossa maneira de compor este disco foi diferente, a composição é mais vertical, as coisas a darem lugar a outras.
AS: Mais complexa, mais labiríntica.
MJ: E, quando chega ao fim, às vezes temos um curto espaço em que atingimos realmente um auge.
HG: Eu acho que a “Elias Katana” induz um bocadinho em erro porque é uma música muito directa ao assunto, de dança como nós até agora não tínhamos feito. A nossa música parecia música para dançar, mas aquilo não dava para dançar. No caso da “Nunca Mais Me Esquece” no Villa Soledade, é uma música toda tola de tempo, tu não consegues dançar aquilo, e o “Villa Soledade” é exactamente a mesma coisa, apesar de teres a “Shampom” a dada altura, que se calhar já te consegue facilitar aí os moves de anca. Neste caso, no “Elias Katana” conseguimos facilitar a vida. No entanto, nas outras músicas, elas têm tantas partes que o disco se torna realmente labiríntico e sentimos que, ao contrário dos outros, este precisa de mais audições que os discos anteriores, também para se perceber a ginga do disco e o quão dançável ele é.
MJ: Grande parte da piada que este disco tem passa por tu decorares coisas que são coisas extensas da música, só à décima audição é que consegues cantarolar a flauta de uma música do início ao fim. O facto de aquilo ter uma estrutura inusitada faz com que precises de ouvir muitas vezes porque só ao fim de muito tempo é que reconheces aquilo e a piada vem desse reconhecimento também.
Sendo o vosso um dos projectos mais distintos e notórios em Portugal, não há música semelhante à vossa, o que faz com que a vossa música soe estrangeira ou até sem nação. Acham que alguma parte da vossa música é especialmente portuguesa?
MJ: Eu acho, mais neste disco do que em qualquer outro, que esse traço português está patente.
AS: Eu acho que nem é só na música. Sensible Soccers não é Sensible Soccers sem os nomes dos álbuns, os nomes das músicas, a forma como algumas histórias na música são contadas. Ou seja, se fizeres uma análise enciclopédica, é muito difícil desligar Sensible Soccers de Portugal. Mas será que isto soa a qualquer coisa que é marcadamente portuguesa? Não, acho que não. Se calhar há coisas neste disco que soam mais do que nos outros, mas há sempre qualquer coisa de muito português, muito ligado à ideia de Portugal nos discos todos, de alguma forma.
HG: Sim, também acabamos por explorar um bocado a forma como as coisas que vêm de lá de fora nos batem a nós, enquanto portugueses; como é que os géneros musicais, sobretudo pop internacional, nos foram batendo ao longo do tempo e como é que os rodopiamos e fatiamos para fazer as nossas músicas. E sendo uma banda instrumental, é mais fácil ter essa primeira ideia que tu disseste, de que soa um bocado a estrangeiro. Mas neste disco há mais vocalidade que nos outros.
AS: Claro que não é fácil identificares elementos que são claramente da música portuguesa. E às vezes há declarações de bandas que me parecem declarações meio esticadas, meio pedantes, quando dizem que se influenciam muito em filmes ou numa cidade ou em locais. Mas neste caso é mesmo verdade, há muitas das nossas conversas, da forma como pensamos as coisas, que têm muito a ver com o facto de sermos portugueses.
MJ: O nosso fascínio parte muito da nossa memória, das nossas vivências em Portugal.
HG: Muito do imaginário da RTP dos anos 80.
AS: Sim, e montes de coisas que vão desde aos desenhos animados às coisas mais refundidas.
MJ: E a identidade particular que temos é sentirmo-nos confortáveis com o resultado final que se está a apresentar. Claro que discutimos a fundo todas essas questões, mas nós normalmente entendemo-nos, há um encontro de cedências, temos uma plataforma comum de entendimento que é fácil de atingir e que todos nós reconhecemos e que sentimos que está bem assim.
HG: O elo de ligação até quase sempre são os grandes hits pop das rádios dos anos 80 e 90, aqueles que toda a gente conhece, os one hit wonders, geralmente os mais refundidos. Aqueles que tu não sabes bem o que é aquilo é, que só conhecemos uma música e gostamos daquela música e isso geralmente é em comum.
MJ: Cada vez sentimos que essas coisas nos influenciam mais, as músicas que ouvimos em criança, que aquilo se reflecte mesmo na música que estamos a fazer.
HG: Todo esse universo pré-Internet tem muita importância para nós.
Como surgiu a ideia da inclusão da reportagem da SIC na “Fenómeno de Refracção”?
HG: Foi uma coisa intuitiva num final de noite de gravações em Arouca, que foi onde gravámos o disco com o João Brandão e com o B Fachada. A música que está por trás foi um tema que chegámos a pensar em incluir no disco e que até tocámos ao vivo algumas vezes, mas não sentimos que a versão final da demo fosse forte fisicamente para integrar o alinhamento. E então, até por sugestão do Fachada de destruir uma música, pensámos em destruir essa. Seleccionámos uma parte e fizemos essa parte passar pelo [sintetizador] modular do B Fachada, que a foi destruindo aos bocadinhos, e havia algo de algarvio naquilo que estava a sair. Eu fui ao YouTube rapidamente e escrevi qualquer coisa como “férias no Algarve”, e esse foi um dos primeiros vídeos a aparecer. Foi um momento mesmo muito espontâneo e imediato, porque assim que chegámos ao final a conclusão foi mesmo “pá, vai assim, é isto”. Foi um primeiro take que ficou assim.
Porquê o B Fachada como produtor? O que vos chamou a ele?
MJ: Nós gostávamos da discografia dele e achávamos que o que ele conseguia no trabalho de produção, aquele bolo, revelava inteligência e mestria, e gostávamos da maneira como ele manipulava os sintetizadores nos discos. E como somos fãs dele, pensámos como é que seria, ele a produzir uma música nossa.
HG: E também para tirá-lo um bocadinho do seu habitat natural, que era produzir artistas pop e cantautores. Tínhamos curiosidade em saber como é que ele trabalhava com uma banda de instrumentais, sendo ele tão bom a trabalhar com sintetizadores.
MJ: E a cruzar os sintetizadores com elementos mais orgânicos. Quando pensámos nisso, mandámos-lhe um email, e ele respondeu-nos rapidamente. Veio ter connosco a Fornelo, onde ensaiámos durante muitos anos, e mostrou-se logo super picado desde o início. Ele ouviu as demos e ficou a ideia de que íamos trabalhar juntos. Fomos fazendo updates, ele foi dando algumas opiniões e quando vinha cá ao Norte encontrávamo-nos. Isto desembocou na gravação do disco, na Casa do Soto em Arouca, em residência, e ele esteve lá connosco. E foi muito fixe o trabalho com ele, ele é um rapaz trabalhador, inteligente e preocupado.
AS: Nós não sabíamos muito bem o que ia acontecer, não tínhamos grande ideia porque a nossa expectativa em relação a ele não tinha tanto a ver com o que se passou em Arouca. Os métodos que ele quis utilizar para gravar, algum conhecimento para a mistura e para a produção que ele tinha e que nós achávamos que não teria. E o contrário também era válido, também se percebia que ele estava ali a descobrir-nos, e ao longo do processo fomo-nos descobrindo.
HG: Foi uma crença calculada, porque, de todos os discos do B Fachada, tu podes gostar mais ou menos das músicas, mas ninguém fica indiferente àquela doçura e àquele corpo, isso é uma marca do B Fachada. Nós achámos que ia favorecer este disco, ter essa delicadeza.
MJ: E no início tínhamos muitas dúvidas. Onde é que ficará a nossa identidade? Será que ele vai colorir demasiado? Era importante que nós nos alterássemos, mas que se sentisse que estão ali os Sensible Soccers. Nós nunca tínhamos trabalhado com um produtor externo que fosse músico e que tivesse uma carreira, foi sempre um processo bem mais fechado em nós. Arriscámos e o saldo foi muito positivo.
O uso de flautas e outros instrumentos de sopro mais orgânicos foi algo que ele sugeriu ou partiu de vocês?
AS: Nós já tínhamos definido entre os três, de alguma forma, o léxico, qual é que ia ser o vocabulário para o disco. O Manuel falou das marimbas e das percussões, e as flautas e os sopros são todos sintetizados, são todos tocados com sintetizadores. É tudo a fingir, este disco é um disco de fingimento. As guitarras é o baixo que as faz, as flautas é o teclado que as faz, é tudo feito com ilusionismo. Portanto, teve mais a ver com o facto de nós termos definido este vocabulário do que com a escolha do B Fachada. Isso pode parecer um dos contributos grandes dele para o disco mas não foi. E outros que se calhar ninguém diria que pudessem ser, até foram. Ele esteve muito mais preocupado com a estrutura das canções, com a narrativa, com a forma como gravávamos.
HG: O uso das flautas, do clarinete e dos outros sopros é muito mais para suprimir a necessidade de ter ali uma voz e algo a soar e a preencher uma música, como noutras alturas tínhamos a guitarra ou outros sintetizadores a fazer esse papel.
MJ: É engraçado ele ter mexido muito mais no timbre das coisas que nós transportámos do passado, não tanto das novas. As flautas e as percussões fomos nós que as introduzimos antes, podia ter sido por sugestão dele que nós tivéssemos elementos muito mais da música portuguesa e da folk, mas não foi de facto isso que aconteceu. Já nos instrumentos que nós já usávamos, tipo sintetizadores monofónicos, ele interessou-se muito por isso.
HG: Nós temos um sintetizador que estreámos no Villa Soledade, um monofónico que é para aí de 1981. Ele ficou muito entusiasmado com aquilo e como também tem muito essa ideia de brincar à música, ele levou aquilo um bocado como um brinquedo e andava ali a explorar.
MJ: Ele é um conhecedor e, nesse aspecto, fiquei mesmo impressionado com ele, tens dois ou três sons no álbum que ele timbrou de uma certa forma que eu acho que ficaram mesmo bem.
AS: Nós nunca discutimos o que é que ele ia ou não ia trazer para as gravações, porque ele podia querer trazer coisas com ele que pudessem ajudar à gravação. Ele trouxe o que lhe apeteceu e trouxe o arsenal mais absolutamente electrónico que tinha. Não trouxe braguesas ou flautas, trouxe uma caixa de ritmos e um sintetizador modular que ele usa e que toca em três temas.
O que é que podemos esperar nos vossos próximos concertos? Vão introduzir coisas novas?
HG: O alinhamento neste momento é quase todo à base do Aurora. Tentamos passar por todas as fases da banda até agora e, nos primeiros concertos, fomos experimentando tocar uma de cada uma dessas fases e a ideia é mais ou menos essa. E depois de alinhamento para alinhamento vamos vendo, mais com as músicas antigas do que com as novas. Como estas músicas [do Aurora] estão ali numa versão concentrada, permite-nos que sejam estendidas ao vivo e que tenhamos outra abordagem, e isso acontece em praticamente todas as músicas. Algumas são estendidas, outras são tocadas de outra maneira, outras são adaptadas, porque o disco é muito complicado de transpôr ao vivo, tem muitas pistas. Tinhámos que ser muitos em palco para conseguir tocar algumas músicas.
Já que vão estender algumas músicas, já pensaram em gravar um álbum ao vivo, acham que há diferenças suficientes?
HG: Não sabemos, essa ideia por acaso nunca apareceu.
MJ: Isso é uma ideia muito à anos 90.
HG: Ao vivo nunca pensámos, mas já pensámos em lançar um greatest hits para o ano. Por alturas do Natal a banda vai fazer 10 anos, fazemos um 10 Years of Sensible Soccers.
AS: Um greatest hits ao vivo!
HG: Ao vivo no Coliseu do Porto.
MJ: Acho que vamos ser uma banda ao vivo um pouco mais plástica do que éramos no passado. Nós preparávamos um concerto muito bem e respeitávamos muito aquilo e pouco se mexia durante algum tempo. E agora sinto que a banda é mais expansiva e tem mais essa pica de se calhar daqui a três meses estar a tocar uma coisa nova que compusemos entretanto.
HG: A natureza das músicas permite isso e a natureza dos músicos com quem estamos a trabalhar neste momento também permite isso. O Jorge [Carvalho, percussão] e o Sérgio [Freitas, teclas] são excelentes músicos e o Simão arranjou aqui uma forma de potenciar o som do baixo e andamos muito entusiasmados com isso. Tudo isso nos permite ser mais expansivos ao vivo e não estarmos tão focados em apresentar as músicas, que era o que fazíamos até agora. Nós apresentávamos as músicas, fazíamos um alinhamento, dávamos-lhe uma dose de energia extra para as músicas terem outro cabedal ao vivo e cumpríamos isso, durante dois anos. Agora estamos muito mais preocupados em expandirmo-nos.
MJ: E já se nota nas coisas que vão surgindo. Às vezes vamos fazendo outras coisas entre as músicas que estamos a ensaiar, e têm surgido coisas engraçadas que já apontam ligeiramente a uma nova semente da banda.
HG: E isso tem muito a ver com a entrada do Sérgio e com a entrada do Jorge, muito mesmo.
AS: Este disco acaba por ser um bocado um retrato de nós nos depararmos com esta série de novidades que nos cercaram: trabalharmos os três, incluirmos o Sérgio e o Jorge e de repente estarmos em estúdio com o B Fachada e com o João Brandão e de repente disco, tudo aconteceu assim. E só no final deste ano de trabalho é que poderíamos fazer um disco já conhecendo-nos uns aos outros nesta formação que mostramos ao vivo. Ou seja, provavelmente o próximo resultará de um trabalho de nos conhecermos uns aos outros que está agora a terminar. Nós agora estamos em condições de fazer um disco juntos, com métodos completamente diferentes dos métodos que foram utilizados no Aurora, que é um disco muito mais de procura, de risco, de salto de fé e de acreditarmos nas músicas. E já com eles [Jorge e Sérgio], também, mas ainda à procura uns dos outros, e o disco reflecte isso e é uma coisa que gostamos muito.
Entrevista de Bernardo Crastes e Miguel Santos.