Entrevista. Sara Correia: “Canto há dezoito anos e acho só há três, quatro anos é que me descobri enquanto fadista”
O que vais ler, ver e ouvir é da autoria do Backstage, um podcast criado por Ana Roque e Vasco Barreiros, que tem o apoio da Comunidade Cultura e Arte.
No décimo primeiro episódio do podcast Backstage, conversamos com Sara Correia, uma das fadistas mais jovens do nosso país mas com um talento imensurável.
A Sara começa por contar-nos um pouco do seu percurso musical. “Eu vou aos fados desde os meus três anos de idade”, confessa, mas diz-nos também que o momento em que venceu a Grande Noite do Fado foi quando percebeu que o seu caminho poderia ser este. “Eu comecei a cantar mesmo em casas de fado com doze anos”, conta, acrescentando que a sua verdadeira escola foram mesmo as casas de fado e os seus mestres.
“Este disco é a minha primeira verdade, é a minha primeira bolachinha, que eu deixei no mundo”, afirma a Sara acerca do seu primeiro disco, revelando que não foi nada premeditado, simplesmente aconteceu porque fez sentido naquela altura. Mais tarde lança o álbum ‘Do Coração’, onde queria ter “várias sonoridades diferentes” mas sempre com a sua “matriz fadista”. Para a Sara, a opção pelo músico António Zambujo para um dueto neste álbum foi clara, “fazia todo o sentido”, confessa.
A fadista esteve recentemente nos Play, Prémios da Música Portuguesa, onde ganhou o Prémio de Melhor Álbum de Fado. O seu discurso foi marcadamente jovem e inesperado, mas a Sara reforça que é preciso ir contra o preconceito relativo à linguagem séria utilizada no meio do fado.
“Não há forma de aprender uma coisa que está na nossa alma”, insiste, passando a mensagem de que cantar o fado e ser fadista são, efectivamente, coisas diferentes. “Canto há dezoito anos e acho que só há três/quatro anos é que me descobri enquanto fadista”, revela.
Nas habituais rubricas, a Sara confessa que pensou em ser polícia, acha que cantar no duche é “mesmo cool” e escolhia a Carolina Deslandes para um dueto no seu próximo álbum (embora tenha tentado escolhê-la para todas as actividades propostas).
Na segunda parte do episódio, a fadista dá-nos a conhecer as suas influências musicais fora do fado, com nomes como Buika ou Jessie J, e conta-nos mais tarde que o povo que mais a surpreendeu pela recepção à sua música foi o povo sul coreano. “Eu fui a artista daquele festival que mais vendeu discos… agora pensa”.
A artista fala ainda sobre o meio musical onde se insere e como é difícil ter sucesso, dizendo “não é só cantar (…) hoje em dia não é só isso”. Conta ainda que todos os fadistas que admira passaram pelo mesmo sítio: a casa de fados, “o que nos une é a mesma coisa, é a mesma vida, a mesma base”. Já a terminar, reforça que o fado é para todas as idades, e para ela, ter vencido o já referido prémio evidencia isso mesmo.
A conversa termina com a Sara a contar-nos que quer ir a todo o lado, e não têm objectivos concretos, quer simplesmente cantar em todo o mundo. E de certeza que vamos continuar a ter o privilégio de a ouvir em toda a parte, cada vez mais! Gostaram deste resumo? Então podem ver o episódio completo aqui: