Estudo. 72% dos portugueses dá nota negativa ao papel do Estado na cultura
No que toca ao combate genérico à pandemia de Covid-19, 48% dos portugueses dá nota negativa ao Governo.
O Gerador, plataforma independente de jornalismo, cultura e educação, apresentou esta manhã o estudo Barómetro Gerador Qmetrics 2021, revelando que 48% dos portugueses avalia negativamente a ação do Estado no combate à pandemia. Um valor que sobe para 72% quando o assunto é o papel do Estado na Cultura.
O Barómetro Gerador Qmetrics 2021 revela que houve, no global, um aumento de 18% nas críticas ao comportamento do Estado português em relação à pandemia. Em 2020, 30% dos portugueses deram nota negativa ao Governo e, em 2021, esse valor subiu para 48%. As ajudas concedidas às empresas são as que surgem como melhor avaliadas, mas, mesmo assim, a percentagem de aprovação é muito baixa, com o Sul e Ilhas como as regiões mais descontentes, com quase 57% de reprovação à resposta do Estado à pandemia. No global, são os portugueses com mais dinheiro que estão menos insatisfeitos, assim como as pessoas já vacinadas, enquanto que os trabalhadores por conta própria têm o maior índice de rejeição.
No que toca à cultura, os portugueses são ainda mais críticos relativamente ao papel do Estado: Se em 2020, a avaliação já era maioritariamente desfavorável, com 57% das pessoas a considerarem que o Estado não tem disponibilizado os meios adequados, em 2021 são mais de 72% os que avaliam negativamente a ação do Governo neste setor.
É ainda de destacar o facto de 85% dos portugueses ser da opinião que o Orçamento de Estado para a Cultura deveria ser aumentado já a partir do próximo ano.
A música continua a ser percepcionada como a atividade cultural mais cara, tendência que é agravada na zona da Grande Lisboa, embora 70% dos portugueses garanta que a Cultura está presente na sua vida de forma regular, e mais de metade espera vir a ter mais tempo para a Cultura.
Cerca de metade dos portugueses paga mensalmente algum serviço de streaming ou valor adicional para ter canais de séries ou cinema, os livros em papel continuam a ter maior importância do que o digital e os festivais de verão são o local de eleição para ver concertos, e quase todos os portugueses ouvem música regularmente, com o Pop e o Rock no topo das preferências.
Já quando se perspetiva o futuro da vida social e cultural dos portugueses, percebe-se que os portugueses estão mais disponíveis para frequentar restaurantes, festas em casa de amigos e familiares e ir ao cinema, mas ainda não estão confortáveis para frequentar espetáculos de teatro, festivais de música, bibliotecas e, especialmente, discotecas.
Os resultados finais do estudo estão disponíveis desde esta manhã e dão particular atenção à forma como a população reagiu às medidas adotadas pelo Governo para a sociedade e para a cultura, o consumo cultural desde o início das restrições de circulação e a probabilidade de voltar ao consumo presencial.
O Barómetro Gerador Qmetrics é um estudo anual que analisa a opinião dos portugueses sobre a cultura. Realizado pela primeira vez em 2019, o estudo tem-se afirmado como a principal referência estatística em Portugal para os sectores cultural e criativo. O relatório da edição deste ano está disponível aqui.
A Qmetrics é uma consultora, criada em 2000, que tem como principal domínio de atuação a prestação de serviços nas áreas da Qualidade, Satisfação e Lealdade do cliente.
Ficha Técnica do estudo
Universo do estudo é constituído por indivíduos com idade igual ou superior a 15 anos, residentes em Portugal Continental e Ilhas. A Amostra, com 1.200 entrevistas validadas, foi estratificada por região, sexo e escalão etário, em Portugal Continental, e por Ilhas, e distribuída em cada estrato de acordo com a repartição da população alvo em cada estrato. As entrevistas foram realizadas de 22 de março a 27 de abril de 2021, através de um questionário aplicado online utilizando o método CAWI (Computer Assisted Web Interview). Os resultados são apresentados com um nível de confiança de 95%. A margem de erro para a média na escala 1 a 10 é de 0,13 pontos e a margem de erro para a proporção é de 2,12 pontos percentuais.