Festival Política estreia “Collective”, candidato aos Óscares de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Documentário
Ante-estreia do aclamado documentário “Collective” e a exibição de 18 filmes com foco nas fronteiras, direitos humanos e discriminações.
O Festival Política vai apresentar em ante-estreia o aclamado filme “Collective”, de Alexander Nanau, nomeado para os Óscares de 2021 nas categorias de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Documentário.
Eleito Melhor Documentário dos European Film Awards 2020, “Collective” está também nomeado para os Lux Audience Award, uma iniciativa do Parlamento Europeu, parceiro desta ante-estreia que decorre a 22 de Abril, às 18h30, na Sala Manoel de Oliveira, no Cinema São Jorge.
O filme recupera a história do incêndio na discoteca Coletiv de Bucareste, em 2015, que provocou 27 mortos e 180 feridos. Após o incêndio, várias vítimas de queimaduras começaram a morrer nos hospitais por feridas que não eram fatais. “Collective” acompanha a equipa de jornalistas de investigação do Gazeta Sporturilor que revela uma fraude no sistema de saúde da Roménia, que enriqueceu empresários e políticos, ao mesmo tempo que provocava a morte a cidadãos inocentes.
A edição de 2021 do Festival Política, que arranca a 22 de Abril em Lisboa, vai exibir ao longo de quatro dias 18 filmes, dos quais 7 integram a secção competitiva do festival.
Concorrem ao título de Filme do Ano produções provenientes de Portugal, Espanha, Itália, Polónia, Roménia e Rússia. “Maria Cobra Preta”, de Erika Nieva da Cunha (Portugal e São Tomé e Príncipe), apresenta um bairro de Lisboa agastado pela gentrificação, onde uma jovem rapper, interpretada pela artista Mynda Guevara, e os seus antigos vizinhos aguardam pela expulsão. O documentário “Chelas Nha Kau”, dos coletivos Bataclan 1950 e Bagabaga Studios (Portugal), começou a ganhar forma em 2016 durante um atelier multimédia. Agora o grupo diz o que significa ser jovem na Zona J. Também na secção competitiva encontra-se “My Country So Beautiful”, de Grzegorz Paprzycki (Polónia), eleito Melhor Filme Polaco no Krakow Film Festival, que constitui um cru retrato do nacionalismo na Polónia, onde duas forças se chocam representando visões opostas do país e do mundo. “We are Russia”, de Alexandra Dalsbaek (Rússia), revela os bastidores da corrida para as eleições presidenciais de 2018, onde um grupo de jovens activistas se junta à oposição liderada por Alexei Navalny, para convencer as pessoas a não votarem em Vladimir Putin. “Encara Hi Ha Algú Al Bosc”, de Teresa Turiera-Puigbò (Espanha), relata a história de Lejla Damon, uma jovem de 25 anos, fruto de uma violação durante a Guerra dos Balcãs. Vinte e cinco anos depois, junta-se a outros sobreviventes na sua luta para quebrar o silêncio das 25 mil a 50 mil mulheres vítimas de violência sexual nesse conflito. “Farewell Daddy”, de Bianca Sescu (Roménia) reconstitui a última refeição numa família de camponeses antes de o pai partir para a Inglaterra, onde encontrou trabalho. Já o documentário “Libertà”, de Savino Carbone (Itália) dá a conhecer a realidade de dois imigrantes homossexuais requerentes de asilo, na Itália de Matteo Salvini.
O júri da competição Filme do Ano é constituído por Andreia Barbosa (realizadora), Giovanni Allegretti (investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra), José Gabriel Andrade (professor auxiliar da Universidade do Minho) e Raquel Freire (realizadora).
Entre os dias 22 e 25 de Abril, no Cinema São Jorge, e tendo as Fronteiras como tema central, serão exibidos também os filmes de ficção e documentários “The Rape Clause”, de Jared Watmuff (Reino Unido), “Danza sin Miedo”, de Sol Dugatkin (Chile), “The Black Veil”, de A.J. Al-Thani (Qatar), “Ekai”, de Arantza Ibarra (Espanha), “Quien Eres”, de Alberto Molina Jiménez (Espanha), “Go On”, de Majid Asghari (Irão), “Uno de Nosotros”, de Facundo Sosa Ferreira (Uruguai), “The Angel of History”, de Eric Esser (Alemanha, França e Espanha), “Dos Mundos”, de Iván Fernández de Córdoba (Espanha), “The Recess”, de Navid Nikkhah Azad (Irão), a par do documentário produzido pelo canal Arte,“Aufbruch In Belarus”, dedicado à oposição bielorrussa.
Além do Prémio Filme do Ano, serão atribuídos o Prémio do Público e o Prémio Sub-30. Este último será entregue por um grupo de jovens estudantes e activistas de direitos humanos (Saliu Djau, Sofia Grilo, Sofia Canteiro, Carla Barroso, Brenda Tenório, Marilia Barros, Raquel Banha, Beatriz Capão e Jessica Oliveira).
Durante os quatro dias do Festival, para além do cinema, destaque ainda para as propostas inéditas de André Murraças, a poesia de Valério Romão e José Anjos, o humor de Carlos Pereira, performances, workshops, concertos, exposições e debates centrados nas fronteiras políticas, mas também nas divisões e clivagens que fomentam a discriminação, o racismo, a intolerância e o desrespeito pelos direitos humanos.
O Festival está a trabalhar na acessibilidade e tem um compromisso assumido com a inclusão. Informação completa sobre acessibilidade física em www.festivalpolitica.pt.
Todas as sessões de cinema estão legendadas em português – incluindo as de língua portuguesa, e as restantes actividades têm tradução em Língua Gestual Portuguesa.
O Festival Política é de acesso gratuito sendo necessário levantar bilhete no próprio dia para as actividades presenciais.
Horário da bilheteira: quinta e sexta-feira das 13h até ao início da última sessão, sábado e domingo das 10h até ao início da última sessão.
Relativamente aos workshops online e à sessão Cara-a-Cara com Deputados é necessária a inscrição prévia através do e-mail participa.politica@gmail.com.