Iggy Pop: uma vida em tronco nu

por João Horta,    21 Abril, 2017
Iggy Pop: uma vida em tronco nu

James Newell Osterberg, ninguém saberá quem é, mas se falarmos em Iggy Pop, aí é outra conversa. Trata-se de uma figura incontornável do mundo da música e do espectáculo. Nascido em Muskegon, uma pequena cidade do estado de Michigan. O rapaz que era tímido na infância e muitos diziam que tinha vergonha de falar. E, por isso, ninguém arriscaria dizer que um dia se iria tornar no animal de palco que é hoje. A verdade é que se tornou num dos ícones do rock.

O percurso de Iggy Pop começa nos anos 60 como baterista da banda The Iguanas, e daí vem a sua alcunha de “Iggy”. No final da mesma década inspirado por um concerto que tinha assistido dos The Doors, forma os The Stooges, banda que viria a liderar enquanto vocalista. O primeiro disco dos The Stooges, intitulado com o nome da banda é lançado em 1969 e traz ao mundo, “I Wanna Be Your Dog”, single que hoje já é considerado um clássico da música rock. O álbum foi produzido por John Cale dos Velvet Underground.

No início da década de 70, Iggy Pop conhece David Bowie no bar Max Kansas City em Nova Iorque. A empatia entre os dois foi imediata e Bowie resgatou Iggy Pop com a intenção de lançá-lo numa carreira a solo. Em 1973, depois da morte do baixista da banda, os The Stooges lançam “Raw Power”, disco gravado em Londres e produzido por David Bowie. O ano de 1976 viria a ser crucial, Iggy e Bowie vêem em Berlim uma espécie de cidade da reabilitação, mudaram-se com a intenção de se livrarem dos vícios, nomeadamente, da heroína e do álcool. De Berlim para o mundo saem os álbuns “The Idiot” e “Lust For Life”, “Dum Dum Boys”, “Lust For Life”, “The Passenger” e “China Girl” marcaram uma geração, a última teve direito a uma versão de David Bowie nos anos 80, incluindo-a no seu disco “Let’s Dance”.

A década de 80 foi marcada pela colaboração com Steve Jones, guitarrista da banda Sex Pistols, lançaram “Blah Blah Blah”, mais uma vez sob orientação de Bowie. Em 1988 é gravado “Instinct”, que continua a contar com a participação de Steve Jones em músicas como “Strong Girl”, “Power & Freedom” e “Squarehead”, o nono álbum de Iggy sem os The Stooges. Nos anos seguintes Jones continuou, esporadicamente, a trabalhar com Iggy Pop.

Depois de vários anos a colaborar com grandes nomes da música, em 2003, Iggy Pop e os The Stooges voltam a reunir-se, quatro anos depois lançam “The Weirdness”, quarto disco da banda que transporta faixas como “Free & Freaky”, “You Can’t Have Friends” ou “She Took My Money”. Em 2011, Iggy Pop e os The Stooges subiram ao palco do Optimus Alive, um concerto inesquecível para quem teve oportunidade de assistir.

Passados dois anos desse concerto memorável, Iggy Pop & The Stooges lançam o seu quinto álbum de estúdio “Ready To Die”. Em 2016 veio ao mundo o mais recente trabalho de Iggy. Habituado a várias colaborações com os maiores vultos da música mundial, desta vez não foi excepção. “Post Pop Depression” produzido por Josh Homme é a cereja no topo do bolo da carreira de Iggy Pop. Podem ler a nossa crítica ao álbum aqui.

Uma vida, uma carreira com mais altos do que baixos, tornou-se uma voz mítica e inconfundível. Um ícone do rock, o homem em tronco nu, imagem que guardamos sempre que falamos nele. Iggy Pop estará sempre de parabéns.

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