Marcelo Rebelo de Sousa. Tese de doutoramento da jornalista Sandra Sá Couto sobre o político-celebridade chega às livrarias
Sandra Sá Couto nasceu no Porto, em 1970, é licenciada em Comunicação Social, Mestre em Jornalismo Político e Doutorada em Informação e Comunicação em Plataformas Digitais, com a apresentação da tese “O Presidente-celebridade”.
“O Presidente Celebridade” deu nome à tese de doutoramento da jornalista da RTP e docente convidada da Universidade do Porto, Sandra Sá Couto. Agora, a tese apresentada é editada em livro. E já chegou às livrarias físicas e online.
O ex-Diretor de Campanha de Marcelo Rebelo de Sousa para as Presidenciais de 2016, Pedro Duarte, e a docente da Universidade do Minho, Felisbela Lopes, têm a seu cargo a apresentação do livro editado pela Primeira Edição, marcada para o dia 1 de dezembro, pelas 17 horas, na FNAC de Santa Catarina, no Porto.
Na sua tese de doutoramento, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto e à Universidade de Aveiro, Sandra Sá Couto quis compreender se os jornais de referência portugueses (Público, Diário de Notícias e Expresso) enquadram o atual Presidente da República como um político-celebridade.
A investigação académica revisita a “escola americana” e, em particular, os casos de Barack Obama, “o Presidente-celebridade”, e Donald Trump, “a celebridade-política”. Depois analisa o conteúdo editorial daqueles três jornais portugueses, quer num período de tempo que antecede a eleição, quer num período já após a campanha eleitoral, com Marcelo Rebelo de Sousa no cargo de Presidente da República. O trabalho acaba por concluir que, de facto, o passado de Marcelo Rebelo de Sousa como comentador político na televisão o tornou um político-celebridade.
Para a autora, “a crescente personalização da política, as inovações tecnológicas e uma certa desilusão com os políticos tradicionais abriram caminho aos políticos-celebridade”, pode ler-se num comunicado. “Os políticos utilizam a sua celebridade para tornar a mensagem mais eficaz, mas não basta ser conhecido, os políticos-celebridade têm de ter uma narrativa clara e serem capazes de mobilizar multidões. O Presidente da República português é um caso singular de popularidade.”, acrescenta Sandra Sá Couto, referindo ainda que, “Marcelo Rebelo de Sousa teve uma carreira política, mas foi nos media que ganhou o estatuto de celebridade, com os seus comentários semanais na televisão”, refere ainda a jornalista.
No livro, editado pela Primeira Edição, a jornalista afirma ainda: “Mas, Marcelo, sim, toda a gente o trata pelo nome próprio, não era apenas uma cara conhecida. Ele era o Professor que sabia falar sobre tudo, que tinha opinião sobre tudo, que criticava a classe política, até aqueles da sua família política social democrata, dormia três ou quatro horas por noite e lia mais livros do que parecia ser possível a um ser humano”.
Nas mais de trezentas páginas de “O Presidente Celebridade”, Sandra Sá Couto explica como Marcelo se tornou num “dos mais populares Chefes de Estado portugueses”. “No primeiro ano de mandato, as televisões dedicaram-lhe mais de mil horas de emissão, o dobro de Cavaco Silva. Não só a sua presença em atos públicos é diária como comenta todos os assuntos da atualidade, seja ela política, económica ou judicial”.
“O Presidente Celebridade” é prefaciado por Felisbela Lopes, Professora da Universidade do Minho, para quem o atual Presidente da República se apresenta como “um político-celebridade atento aos jornalistas”. Marcelo Rebelo de Sousa é “um político singular, deslaçado do seu partido, com tanto de afável como de maquiavélico”, refere.
“A popularidade conquistada permite ao Presidente da República alargar os seus poderes. Marcelo e o Presidente-celebridade.”, remata a autora e jornalista da RTP.