Milhares de pessoas na sexta edição do Festival Rádio Faneca
Não choveu sempre, mas choveu nos três dias do festival Rádio Faneca, levado à tona pelo 23 Milhas, projeto cultural do Município de Ílhavo, e que decorreu de 8 a 10 de junho, no Centro Histórico de Ílhavo. Não foram, no entanto, as condições meteorológicas que impediram o público de aderir em massa às dezenas de atividades que o festival programou para o segundo fim-de-semana de junho. A eficiência de um plano alternativo que transferiu todos os conteúdos que aconteceriam no exterior para espaços interiores, absolutamente resguardados, fez com que as pessoas saíssem de casa, sobretudo em família, e vivessem dias inteiros de um festival que arrancou às 10 da manhã para só terminar às duas da madrugada.
Dezenas de artistas, centenas de participantes da comunidade e milhares de visitantes juntaram-se informalmente em Ílhavo para um festival que tem a criação em comunidade como base e que assenta a sua programação na diversidade e na proximidade, sendo também cada vez mais diversos os públicos que atrai.
As sessões de Histórias nos Becos, que aconteceram no interior da casa Inova Domus, em alternativa aos becos onde aconteceriam, esgotaram nos três dias de festival, assim como o concerto de Luís Severo, no Aquário dos Bacalhaus do Museu Marítimo de Ílhavo. Também o projeto Casa Aberta, com a coordenação artística de Yola Pinto, teve a edição mais participada de sempre com dez casas, em que se juntavam dezenas de famílias participantes, que ofereceram um jantar performativo a amigos e desconhecidos para falar sobre o seu maior arquivo pessoal: a memória.
A Orquestra da Bida Airada, um dos projetos comunitários mais carismáticos e memoráveis do Festival Rádio Faneca, concretizou um sonho e materializou o repertório de canções originais feitas por centenas de pessoas ao longo de cinco edições, num CD e num livro sobre o projeto, disponível para venda nos espaços do 23 Milhas.
Outra das novidades do festival foi o Palco Rádio, que transformou a rádio, que mudou de local, mas também assumiu programas de autor, showcases e um novo cenário, conceito que levou o público a ser plateia para uma rádio que é para ouvir, mas também para ver, e que emitiu, em frequência FM e online (áudio e vídeo) desde as 10 da manhã de sexta-feira às 8 da noite de domingo.
Destaque ainda para o aumento dos serviços de restauração no Jardim Henriqueta Maia, que contribuiu para um melhor acolhimento de quem visita o festival, aposta que veio para ficar.
O Festival Rádio Faneca regressa em 2019.