‘Millennial Shit’: respira-se rock ‘n’ roll no som de Fugly

por Joana de Sousa,    24 Janeiro, 2018
‘Millennial Shit’: respira-se rock ‘n’ roll no som de Fugly
Fotografia de André Coelho
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Dois anos depois do lançamento do seu EP Morning After, os portuenses Fugly regressam aos originais, desta feita com um álbum de longa duração. Millennial Shit, lançado no passado dia 19 de Janeiro pela editora Cão da Garagem. A capa do álbum é uma ilustração de Telmo Soares (First Breat After Coma/ CASOTA Collective). Os Fugly são Pedro ‘Jimmy’ Feio, na guitarra e na voz, Nuno Loureiro na guitarra, e Rafael Silver no baixo. Para a gravação deste álbum e em concertos ao vivo, fazem-se acompanhar na bateria por Gil Costa. A masterização do álbum ficou a cargo do próprio baixista, Rafael.

O pontapé de saída dá-se com “Hit a Wall”, um dos singles de avanço deste álbum. Com uma linha de baixo colossal, este tema levanta o véu sobre o reavivar de rock ‘n’ roll que este álbum nos traz. “Ciao (You’re Dead)” segue-se sem tempo de recuperar o fôlego; afinal, com Fugly respira-se rock ‘n’ roll, e por esta altura já é mais do que claro, com riffs energéticos e vocais incrivelmente bem conseguidos. “Millennial Shit” apresenta-se como uma outra composição bem conseguida, com uma linha de baixo a acumular a energia que a guitarra acaba por rasgar no refrão, num senhor rock de levantar até o mais tímido espectador do chão. “Take You Home Tonight” foi o primeiro avanço deste álbum – sendo que a banda já tocava este tema ao vivo em concertos passados. Com riffs impacientes, este tema torna-se de imediato um clássico a ouvir com o volume no máximo, onde quer que se esteja.

Segue-se “Yey”, que pode ser oficialmente declarado o novo hino dos moshes nos concertos de Fugly, com o seu ritmo frenético que fará tremer qualquer sala por onde se fizer ouvir. “Delirium” traz em si uma nostalgia, perdida algures no passado em que ouvíamos os clássicos de rock ‘n’ roll dos pais e ansiávamos por algo assim no nosso milénio: o rock dos Fugly veio salvar-nos. Continuando na nostalgia do rock do passado, que os Fugly reavivam aqui de forma tão singular, surge “Rooftop”, um tema que podia passar na rádio hoje, assim como nos anos 60, e continuaria a ser um êxito intemporal.

“Inside My Head” é o tema mais longo do álbum e mesmo assim ainda deixa-nos com vontade de ouvir mais, assim como “The Sun”, onde a perfeita harmonia da composição culmina num tema energético. O álbum termina com “XXXXX”, onde os Fugly afirmam o que já se vinha a pensar durante todo o álbum: esta é uma criação de puro rock ‘n’ roll, que traz em si temas intemporais, certamente a ouvir durante muitos e muitos anos. Importa ainda mencionar que este álbum termina com os acordes reminiscentes do início de Morning After.

Depois do garage rock do EP anterior, os Fugly encontram em Millennial Shit a sua identidade própria e única, aperfeiçoando a sua sonoridade e apresentando-se agora como uma banda cujo som é inconfundível. Millennial Shit é um exemplo do quanto rock respiram estes três rapazes, que aqui criam um dos melhores álbuns de rock do ano e dos últimos anos em Portugal.

Os concertos de apresentação do álbum já têm datas marcadas, sendo que, em Lisboa, o novo álbum será entoado no Damas Bar, no dia 10 de Fevereiro – com Panado a fazer a primeira parte do concerto; no Porto, os Maus Hábitos recebem os Fugly em casa, com os El Señor a abrir as honras da noite de dia 9 de Fevereiro.

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