O mestre precoce da música electrónica, Motor City Drum Ensemble
Danilo Plessow sempre foi muito precoce. Com a tenra idade de 6 anos, começou a tocar bateria. No início do seu percurso académico, juntou-se à banda da escola, onde descobriu o seu amor pelo jazz. Aos 11 anos, começou a brincar com samples no seu computador, começando a criar as suas próprias produções. Após uns meros cinco anos, lançou os seus primeiros trabalhos como Inverse Cinematics na editora Pulver Records, da cidade de Estugarda, onde vivia.
Apesar de ter nascido numa pequena vila rural no sul da Alemanha, cedo foi para Estugarda, cidade conhecida como ‘Motor City’, por ser berço de empresas como a Mercedes-Benz ou a Porsche. Logicamente, foi esse epíteto que o influenciou na escolha do nome do projecto pelo qual é reconhecido, Motor City Drum Ensemble. O nome não deixa de ser curioso, pois, apesar de dar a ideia de um conjunto (ensemble), Plessow é o único constituinte. O drum ensemble refere-se à sua colecção de caixas de ritmo, instrumento musical electrónico que usa como espinha dorsal dos seus trabalhos.
Motor City Drum Ensemble surgiu com o objectivo de infundir a música house com os sons dos seus primeiros amores musicais, os clássicos soul e jazz e o techno de Detroit, com os quais teve contacto em Estugarda. Dos trabalhos que lançou sobre esse apelido, os três singles que constituem a série Raw Cuts, lançados em 2010, fizeram as maiores ondas no mundo da música electrónica, graças às batidas quentes e friáveis que trazem à mente o som dos discos de vinil. As inovações da produção digital por vezes esterilizam as canções, retirando-lhes algum sentimento, pelo que a textura que Danilo Plessow aplicou a estes Raw Cuts fez deles um sucesso. É música que tanto pertence a festas de praia solarengas como ao escuro intimista da pista de dança, pela força e energia que inspiram, entusiasmando tanto os fãs hardcore de música electrónica como aqueles que se rodeiam do hip-hop poeirento dos anos 90.
O talento de Danilo Plessow passa por conjugar o tradicionalismo e constância das raízes house com a emoção dos géneros clássicos, numa mistura que soa fresca e inovadora. A sua visão não passou despercebida pela Resident Advisor, a enorme instituição online dedicada à música electrónica, que lhe tem atribuído inúmeros louvores, nomeadamente colocá-lo no top 10 dos melhores artistas de sempre no seu site. Para um artista tão jovem, tal honra é incrível, e faz-nos ter noção de que estamos aqui a lidar com um grande nome.
Para além da reverência pelas suas qualidades de compositor e produtor, os seus DJ sets também são largamente admirados. O seu enorme conhecimento musical resulta numa selecção ampla, em que as canções se encadeiam maravilhosamente umas nas outras, graças aos seus poderes de mixagem. Veja-se a sua playlist para a série DJ-Kicks, que passa pelo cosmic jazz do mestre Sun Ra, afrobeat (pelas mãos do pioneiro Tony Allen, que estará presente no LISB-ON), clássicos de IDM e ambient house, mantendo uma certa união. No meio destas selecções, há ainda espaço para introduzir outro dos seus aclamados singles, “L.O.V.E.”.
No dia 3 de Setembro deste ano, Motor City Drum Ensemble irá invadir o Jardim Sonoro do LISB-ON, no Parque Eduardo VII, com a promessa de pôr o povo a dançar com a sua música gingona, que não descura a emoção ou a melodia. Nós estaremos por lá para ver um dos mais precoces mestres da música electrónica e mal podemos esperar.