O rock psicadélico alentejano dos Marvel Lima
Os Marvel Lima são uma das bandas nacionais que figuram no cartaz do Festival Party Sleep Repeat que começa já no dia 22 de Abril em São João da Madeira. Filhos do rock psicadélico e progressivo dos anos 70, misturando ainda sons latinos e influências alentejanas, os Marvel Lima têm vindo a construir um sólido percurso na música nacional e que tem feito com que o seu último single, “Primavera”, ande por aí a tocar em exaustão em todas as rádios de música portuguesa.
Têm poucos anos de carreira e são já uma confirmação de qualidade na música portuguesa. Consideram que a experiência adquirida noutros projectos foi essencial ou foi mesmo um começar do zero?
Não sabemos bem. É certo que todos os nossos projectos anteriores tiveram um papel importante para nos juntarmos e fazermos a banda, nem que seja só pelo facto de já nos conhecermos enquanto músicos.
Quais são as bandas de rock progressivo que mais vos marcaram e que influenciam directamente o projecto?
Existem algumas bandas, mas no rock progressivo especificamente sem dúvida os primórdios de Santana. Os YES também tiveram o seu papel, assim como Emerson, Lake and Palmer, King Crimson e The Mars Volta, entre outros.
Os Marvel Lima nasceram em Beja, mas actualmente já são bem mais conhecidos do que apenas no alentejo. Consideram o local de nascença importante para o vosso estilo ou foi tudo um mero acaso?
Sim, sem dúvida. Acho que a génese do projecto e todo o toque latino e western que quisemos transmitir vem da influência da nossa região.
Da vossa experiência pessoal, o que é que falta a Beja que há em Lisboa e o que é que falta a Lisboa que há em Beja?
Em Beja falta muita coisa culturalmente, desde os espaços ao público, mas há o espírito de entre-ajuda entre pessoas relacionadas com a cultura, o que não se sente muito em Lisboa.
Apesar das vossas influências referidas acima, na vossa sonoridade nota-se uma identidade muito própria, quase como se estivessem a criar algo novo. Como funciona o vosso processo de criação?
Groove. Pensamos muito na parte rítmica e depois de estar mais ou menos planeada, cada um puxa para seu lado, melodicamente falando.
Qual é a vossa maior ambição enquanto banda? Tocar activamente no estrangeiro faz parte dessa lista?
Tocar activamente no estrangeiro sim, mas acho que a nossa maior ambição é mesmo superar-nos continuamente, estarmos sempre a melhorar musicalmente.
Fazem actualmente parte da Match Attack, uma agência conhecida essencialmente pela música mais electrónica e dançante. Como é que surgiu esta união?
Basicamente foi um simples convite. Acho que a Match Attack apesar de estar mais associada ao electrónico é também bastante geral no que toca a agenciamento e sempre foram cinco estrelas connosco. Acho que essa é a parte mais importante, haver uma boa ligação entre banda e agência.
O vosso videoclip “Primavera” é sem dúvida um dos melhores dos últimos tempos em Portugal, muito graças ao excelente trabalho de David Tutti dos Reis. Como foi executar o vídeo?
Foi um dia bem divertido, o David e a sua equipa trataram de tudo e nós só tivemos que aparecer e executar. Ficámos bastante satisfeitos com o resultado final e nem imaginávamos que ia ficar assim.
Com o boom nos concertos em Portugal o que é que na vossa opinião ainda continua a faltar?
Talvez a exposição de artistas nacionais e a melhor remuneração a nível geral, acho que é ai que ainda pecamos a nível mundial.
Iniciativas como o Festival Party, Sleep, Repeat são de louvar, ainda mais para ajudar a combater o cancro. Além da iniciativa o que é que acham que este festival tem a mais que os outros?
Como é a nossa primeira vez, não temos ainda opinião formada acerca do festival, mas fazem falta festivais só com projectos nacionais e é sempre uma iniciativa de louvar.
Tocam no Party, Sleep, Repeat no próximo Sábado, dia 22 de Abril. Podemos esperar um concerto especial? Alguma surpresa preparada?
Vamos apresentar o disco e levar uns convidados, e para nós tocar no norte é sempre muito especial. O público nortenho é o melhor público nacional.