Pela primeira vez, há três realizadores portugueses na competição principal do Festival de Locarno

por Paulo Portugal,    18 Julho, 2019
Pela primeira vez, há três realizadores portugueses na competição principal do Festival de Locarno
Vitalina Varela no filme homónimo de Pedro Costa

Pedro Costa, com Vitalina Varela, João Nicolau, com Tecnoboss e Basil da Cunha, com O Fim do Mundo constituem a robusta representação portuguesa na competição para o Leopardo de Ouro cuja 72ª edição decorre de 7 a 17 de agosto na pequena cidade suíça alpina. Mas atenção, há mais portugueses à solta em outras secções do festival: Diana Vidresco, José Filipe Costa, Maya Cosa e Sérgio da Costa. 

Três cineastas, três regressos ao ativo depois do lapso de alguns anos, três cineastas cujo caminho acaba por ser alguns pontos de contacto. Quando mais não seja por serem igualmente fascinantes.

Finalmente Pedro Costa. Há muito tempo que se aguardavam notícias sobre o novo projeto que sucede a Cavalo Dinheiro, vencedor do prémio de realização em Locarno, em 2014. Do pouco que se sabia é que o cineasta condicionava o seu filme à saúde debilitada do eterno protagonista Varela. Felizmente, temos Vitalina Varela (uma produção da OPTEC).

E temos também outros regressos: João Nicolau regressa também ao ativo quatro anos depois de John From, a sua singular aventura juvenil em Telheiras, com Tecnoboss (produção O Som e a Fúria), num promissor jogo de gerações; já o luso-suíço Basil da Cunha, residente na Suíça, regressa a Locarno com O Fim do Mundo (There Film) onde apresentou Até Ver a Luz, em 2013, a sua longa de estreia, curiosamente, ambientada com a comunidade caboverdeana em Lisboa.

A dupla Maya Kosa e Sérgio da Costa, também com produção helvética, levam a sua segunda longa L’île aux oiseaux (Close Up Filmes)depois de Rio Corgo, à secção Cineastas do Presente, ao passo que a romena Diana Vidrascu concorre na secção de curtas de Pardi di Domani, com a curta Vulcão: O Que Sonha um Lago?, uma produção fruto da residência artística do Walk & Talk Azores. Por fim, José Filipe Costa apresenta o documentário Prazer, Camaradas! (Uma Pedra no Sapato), abordando a realidade dos estrangeiros que desejaram viver o 25 de Abril em Portugal.

Tradicionalmente, Locarno tem sido ‘amigo’ do cinema português. Algo que parece manter-se na transição de Carlo Chatrian, o anterior diretor artístico (agora na Berlinale), para a francesa Lili Hinstin, programando ainda para a magnífica Piaza Grande os novos filmes de Tarantino (Era Uma Vez… Em Hollywood, bem como o novo filme de Asif Kapadia Diego Maradona. Nada mau, como que a dizer que Locarno promete fazer frente aos ‘grandes’ de Cannes, Berlim e Veneza.

Artigo escrito por Paulo Portugal, em parceria com insider.pt

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