Recomendações para apoiar músicos portugueses no Bandcamp
O Bandcamp foi fundado em 2017 e, até à data, ajudou os artistas a ganharem 518 milhões de dólares, tornando esta plataforma a que mais receitas entrega ao artista, tanto em receitas do streaming como na venda de merchandising.
O Bandcamp tem-se também posicionado, ao longo do tempo, ao lado de causas humanitárias e sociais e, durante o período de confinamento, dedicou alguns dias em que não cobra as taxas sobre as vendas, que habitualmente estão entre os 10 e os 15%, permitindo que os artistas recebam 100% do lucro sobre a venda, ajudando assim a mitigar o impacto económico que o cancelamento ou adiamento de concertos teve nos artistas. Esta iniciativa irá ocorrer durante o dia de hoje, dia 3 de Julho.
Por tudo isto, gostaríamos de propor alguns artistas portugueses que estão no Bandcamp e que achamos que devemos conhecer e apoiar:
Lançado hoje, dia 5 de Junho, em formato físico e que pode ser comprado pela plataforma, o primeiro longa duração de Manuel Dordio pinta-nos paisagens em tons de pastel, talvez algo corroborado pela perfeita fusão com a arte gráfica, assinada por Joana Linda. “Dor” é para se ir ouvindo, descobrindo, uma mistura de guitarra e electrónica, mais guitarra do que electrónica, que muda e se transforma a cada audição.
Disponível agora pelo Bandcamp em streaming e CD físico (10€ ou mais).
João Pais Filipe – Sun Oddly Quiet
Lançado a 24 de Abril, este é o segundo trabalho a solo de João Pais Filipe, artesão e baterista, um “escultor sonoro” na verdadeira acepção da palavra, que transforma o espaço onde cria gongos, pratos e sinos numa sala de criação musical, que agora volta a ver a luz do dia com Sun Oddly Quiet. Em entrevista ao Público, João Pais Filipe disse que “o que menos me interessa é o início e o fim. O que me interessa é estar a caminho”. Este trabalho é o caminho.
Disponível agora pelo Bandcamp em streaming e CD físico (10€ ou mais).
Não destacamos um trabalho porque não nos conseguimos decidir. Mas o seu mais recente trabalho, Água Má, foi assim definido pelo Bernardo Crastes “Água-Má afirma-se como a depuração da música de Filho da Mãe. Condensa todos os melhores elementos do que fez até hoje numa embalagem concisa, que apetece ouvir repetidamente, pela forma como flui.”
Várias opções de merchandising e CD disponíveis, além do streaming.
Com um álbum homónimo lançado na Primavera deste ano, O Bom, o Mau e o Azevedo são compostos por Martelo no baixo, Kinörm na bateria, Varejão na guitarra eléctrica e o tal Azevedo na guitarra eléctrica também. Foi o Azevedo que gravou e misturou o disco de estreia da banda entre 2017 e 2018 e foi também ele quem começou por criar um “conjunto de faixas de música “tipo Tarantino, western, guitarrada, instrumental” para a banda sonora de um videojogo que acabou por nunca ser lançado”, quando vivia na Holanda. Quando voltou para Portugal, mostrou o seu imaginário westerniano a Kinörm (Ornatos Violeta), que disse que esse mesmo imaginário sonoro teria de ser gravado e assim nasceu uma banda.
Ghost Hunt – II
Pedro Chau, dos The Parkinsons, mais ligado ao punk; e Pedro Oliveira, ex-membro de Monomoy, mais perto do universo indie, criaram a dupla electrónica Ghost Hunt, através da qual nos fazem chegar, em maio, o segundo disco de originais, II. Lançado a 28 de Maio de 2020, “II” é quase uma incursão ao sci-fi e companhia para andar por casa.
Disponível em formato digital
Esteve presente o festival Artes à Vila (e que ainda se pode ver aqui), tem um passado punk que “trocou” pela típica viola campaniça. Lançou no final do ano “As 4 estações d’O Gajo”, com o nome inspirado nas “Le Quattro stagioni” de Antonio Vivaldi, e cada uma das 4 peças, de cinco músicas cada, que compõem este trabalho tem o nome de uma estação de comboios de Lisboa – Rossio, Santa Apolónia, Alcântara-Terra e Cais do Sodré.
Lançou recentemente “Desligado” e há algum tempo que está na nossa lista de “artistas a seguir”.