Selma Uamusse, a voz que chegou para nos conquistar
Selma Uamusse não é um nome novo no panorama musical português. De raízes moçambicanas e uma simpatia apaixonante, a cantora transmite em todas as suas canções uma energia fora do comum, misturando jazz com soul, rock e estilos musicais africanos que nos deixam a tremer (no bom sentido).
Selma esteve sempre ligada a projectos nacionais de grande qualidade, como os míticos Wraygunn ou os Cacique 97, e apesar sempre ter impressionado nesses projectos, a sua carreira solo é ainda jovem. A sua ligação com alguns dos melhores músicos portugueses como Samuel Úria e Rodrigo Leão deram-lhe ainda mais projecção, mas este seu álbum não consegue conter todo este talento e energia, há tanto mais que a artista tem para mostrar nos espetáculos ao vivo.
Este “background” de bandas rock (principalmente Wraygunn) ofereceu à cantora uma dimensão mais plural, criando uma capacidade própria para produzir música que muitos artistas não possuem.
“Ngono Utana” é uma música repleta de energia africana. O instrumental entre o semba e estilos mais tradicionais africanos oferecem uma fácil oportunidade para aquele pé de dança casual, mas ao mesmo tempo contagiante. “Mozambique” mistura estilos mais clássicos e modernos, mas com a mesma garra e frescura de “Ngono Utana”.
A música de Selma é uma porta aberta para a cultura de Moçambique, cultura essa tão rica e forte em ritmos agitados e dançantes. Este convite cultural é também uma forma de conhecermos esse país tão próximo de Portugal em lingua e simpatia, mas tão distante a nível territorial. E é essa capacidade natural de unir duas culturas que têm tanto de próximas como distantes, que faz da arte de Selma algo ainda mais especial.
A presença da cantora nos festivais mais conhecidos do país não é uma surpresa, sendo que todas as suas actuações têm sido alvo de críticas bastante positivas e elogios, algo que demonstra que o futuro da cantora será mais do que risonho.