Unidade Curricular de Medicina Humanitária da UM recebe prémio europeu
O galardão é o “Arqus Teaching Excellence Award” que visa distinguir a melhor iniciativa europeia de ensino universitário, entre os projectos submetidos pelas nove universidades parceiras da Aliança Europeia Arqus.
Neste caso, o projecto galardoado foi o “Humanitarian Medicine – Thinking Global, Acting Local” que, segundo o comunicado enviado à redacção da Comunidade Cultura e Arte, “encerra também em si um aumento de responsabilidade, sendo agora expectável que esta contribuição formativa possa chegar a toda a comunidade académica da EM-UM [Escola Médica da Universidade do Minho], de toda a UM e todas as Escolas Médicas do país“, pode-se ler.
Complementa-se ainda que “estes momentos de partilha, já em curso noutras Escolas Médicas, poderão permitir a difusão nacional destes conhecimentos fundamentais para o exercício das funções dos médicos do futuro numa sociedade plural”, refere-se.
A Unidade Curricular de Medicina Humanitária da EM-UM, com a coordenação de Jorge Hernâni-Eusébio e Margarida Correia-Neves, segue já para o seu terceiro ano de existência e, como o comunicado expõe, surgiu da vontade de um grupo de estudantes e ex-alunos em “complementar a sua educação médica com questões relacionadas com o humanismo em saúde, os direitos humanos e a pobreza como fator de doença, temáticas pouco exploradas no core-curriculum dos cursos de Medicina”, avança-se.
Numa óptica de “abrir os horizontes” no que diz respeito a temas “fundamentais” para a formação médica dos cursos de medicina, a disciplina contou com Susana Peralta, Mariana Esteves, Catarina Oliveira, Raul Manarte, Gustavo Carona, Israel Paródia, Alexandra Oliveira e João Goulão como leccinadores, dando-se destaque, entre outros temas, a questões sociais como “a cultura da comunidade cigana, os condicionamentos culturais e religiosos e as desigualdades sociais, assim como os mais específicos tais como o apoio aos reclusos e ex-reclusos, aos toxicodependentes, aos trabalhadores do sexo e às pessoas com deficiência motora”, declara-se na nota.
Do mesmo grupo de estudantes e ex-estudantes da referida unidade curricular surgiu, ainda, a “Associação de Voluntariado Porta Nova”, “responsável por fomentar no seio da comunidade académica da EM-UM a participação em iniciativas de voluntariado e formação nacional e internacional em regiões desfavorecidas ou junto de comunidades em possível situação de vulnerabilidade”, constata-se.
De salientar que, no que diz respeito à Unidade Curricular, ao longo de “um mês intensivo de aulas os alunos adquirem competências relevantes para a sua atuação numa sociedade multicultural, tanto no hospital ou centro de saúde onde trabalharão como numa possível missão humanitária em que queiram embarcar. Os futuros médicos são ainda desafiados a criar protocolos de intervenção na comunidade e a “sair dos muros” da EM-UM e dar de volta à comunidade, procurando obter ganhos em saúde nestas populações com inerências especiais”, salienta-se no comunicado.