140 grandes obras de pintura contemporânea para ver até 13 de dezembro em Lisboa. A entrada é gratuita
Nomes maiores da pintura contemporânea portuguesa reunidos em Lisboa na Sociedade de Belas Artes até 13 de dezembro.
Por ocasião das celebrações dos 100 anos de Francisco Pereira Coutinho, a Galeria São Mamede expõe na SNBA – Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, entre os dias 25 de novembro e 13 de dezembro, algumas das mais importantes obras de artistas que, pela sua mão, estiveram ligados à Galeria São Mamede e tão relevantes foram no panorama artístico português nas décadas de 60, 70 e 80.
Nesta seleção incluem-se Almada Negreiros, António Areal, Armanda Passos, Cargaleiro, Carlos Botelho, Carlos Calvet, Cesariny, Cruzeiro Seixas, D’Assumpção, Emília Nadal, Escada, Eurico Gonçalves, Gonzalez Bravo, Helena Almeida, Jorge Barradas, Jorge Vieira, Júlio (Reis Pereira), Justino Alves, Manuel Amado, Mário Botas, Nadir Afonso, Nuno de Siqueira, Paula Rego, Poliakoff, Raúl Perez e Vieira da Silva.
Assim, no centenário do seu nascimento, Francisco Pereira Coutinho filho presta um tributo a Francisco Pereira Coutinho pai (1922-2006). Com esta iniciativa o galerista recorda o património histórico que herdou, revisita a atividade do pai em favor dos artistas e da cultura portuguesa contemporânea, e resgata a marca identitária da São Mamede, evocando e partilhando a sua memória.
Francisco Pereira Coutinho (1922-2006) fundou a Galeria de São Mamede. Além de galerista, foi também antiquário, marchand e colecionador de antiguidades e de arte moderna.
Desde o período fundacional que, na Galeria, se reuniam escritores, críticos de arte, políticos, atores, artistas, a pretexto das exposições organizadas, mas também do lançamento de livros e de catálogos de exposições próprias, ávidos de uma sociabilização cosmopolita em torno da arte moderna. Nestas ocasiões, era frequente encontrar-se na São Mamede, Vasco de Graça Moura, Sophia de Mello Breyner, David Mourão-Ferreira, Natália Correia, Beatriz Costa, Ramalho Eanes, e sua esposa Manuela Eanes, Mário Soares e sua esposa Maria Barroso, Maria de Lourdes Bártholo, José Sommer Ribeiro, José de Azeredo Perdigão, entre outros.
A Galeria de São Mamede deve a designação ao nome da praça e da igreja em proximidade da qual se instalou. Inaugurada em 1968, a primeira exposição da São Mamede mostrou pintura portuguesa do final do século XIX e o trabalho de alguns pintores modernos. A partir de 1969, o marchand implementou um programa regular na São Mamede, dirigido para a arte moderna e contemporânea e para a promoção de artistas jovens.
A título de exemplo, referem-se os seguintes: Júlio dos Reis Pereira, Maria Helena Vieira da Silva, Carlos Botelho, Nadir Afonso, António Areal, Manuel Cargaleiro, Paula Rego, Helena Almeida. Almada Negreiros foi mostrado oito anos depois da sua morte, em 1978. A obra da Vieira da Silva foi exibida em 1970, numa exposição sem objetivos comerciais. A São Mamede juntou-se à homenagem realizada à artista na Fundação Calouste Gulbenkian. Foi a primeira grande exposição retrospetiva dedicada à pintora, em Portugal.
Com um dinâmico ritmo expositivo até à Revolução de Abril, os anos de 1974 e de 1975 foram de acalmia e de inquietação devido à incerteza da viabilidade financeira do negócio. Em 1979, Pereira Coutinho apresentou a primeira exposição de Nadir Afonso, com óleos recentes. No ano seguinte, em 1980, a exposição de Cruzeiro Seixas foi pretexto para classificar a atuação da São Mamede, como “a primeira galeria de arte do País, e das melhores da Península Ibérica”.
Desde 2001 que a Galeria de São Mamede é dirigida por Francisco Pereira Coutinho filho, que a adquiriu a seu pai com dois sócios. Implementou uma programação de continuidade, conciliando a mostra de artistas modernos, valores seguros e característicos da Galeria, com outros mais arriscados. Ao mesmo tempo, criou uma linha de homenagens a artistas que trabalharam na Galeria ao longo de décadas, exibindo Mário Cesariny, Cruzeiro Seixas, Júlio dos Reis Pereira, Noronha da Costa, João Vieira, Jorge Vieira, Nadir Afonso.
Com esta exposição e homenagem, que se realiza entre os dias 25 de novembro e 13 de dezembro, Francisco Pereira Coutinho filho presta um tributo a Francisco Pereira Coutinho pai. Com esta iniciativa, recorda o património histórico que herdou, revisita a atividade do pai em favor dos artistas e da cultura portuguesa contemporânea, e resgata a marca identitária da São Mamede, evocando e partilhando a sua memória.
Horário da Exposição: Até 13 de dezembro – de segunda a sexta-feira das 12h00 às 19h00 e aos sábados das 14h00 às 19h00
Preço: entrada gratuita