Cinemateca inicia 2018 com ciclo dedicado ao medo
Durante o mês de Janeiro a Cinemateca Portuguesa projetará cerca de 40 filmes em torno do conceito do medo e as suas várias dimensões.
O ciclo começa no dia 3 de Janeiro, com a exibição de um dos primeiros filmes da História do Cinema, L´Arrivée d’un train en gare de La Ciotat, dos irmãos Lumière. Segundo reza a lenda este documentário, que testemunha a chegada de um comboio à estação, provocou o pânico incontrolado dos espectadores causado pela impressão do comboio a avançar em direcção à plateia. Nesta mesma sessão de abertura será ainda projetado o clássico filme de terror e suspense Psico, de Hitchcock.
No entanto, este ciclo procura o medo para além dos filmes habitualmente associados aos sentimentos de pânico ou terror e reflete “sobre o cinema do medo, do grande quase abstrato medo que faz o espectador sentir-se sozinho, mesmo se a sala de cinema estiver cheia de gente”, salienta o programa da Cinemateca. Outra das premissas do programa passa por pensar a presença do medo no espaço público, “como conceito ou instrumento de manipulação coletiva – do ‘medo da bomba’ ao ‘medo do terrorismo’, para dar dois exemplos flagrantes”.
O Despertar dos Mortos Vivos (1968) de George Romero, Massacre no Texas (1974) de Tobe Hooper, Tubarão (1975) de Steven Spielberg, Alien, o Oitavo Passageiro (1979) de Ridley Scott e Shining (1980), de Stanley Kubrick.
A estes juntam-se ainda, Un chien andalou (1929) de Luís Buñuel, O Diabólico Dr. Mabuse (1960) de Fritz Lang, Espírito da Colmeia (1973) de Victor Erice e Trabalhos de Casa (1989) de Abbas Kiarostami.
A Cinemateca inclui ainda um único filme português, a curta-metragem A Caça (1963) de Manoel de Oliveira e A Branca de Neve e os Sete Anões (1937), primeira longa-metragem de animação da história do cinema, assinada por Walt Disney.
(artigo escrito por Miguel José Pereira em parceria com Insider.pt)