“Até que o Porno nos Separe”: é uma lição de amor maternal
É uma lição de amor maternal a da mãe que sai do “armário” para aceitar o filho como porn star, em Até que o Porno nos Separe. Neste seu quinto registo, o realizador Jorge Pelicano apresenta-nos Eulália, uma sexagenária de 65 anos (ela própria uma revelação neste filme, na sua capacidade tremenda de comunicação) que se agarra ao amor incondicional pelo filho como arma para “sair do armário” e aceitá-lo como aquele que é conhecido como “Fostter Riviera, the First Gay Porn Star from Portugal”. O caminho do Porto para a Alemanha é encurtado pela saborosa comunicação através do Facebook.
O filme foi exibido na 24.ª edição dos Caminhos do Cinema Português, em Dezembro passado, em Coimbra, onde foi vencedor na categoria de melhor documentário.
Este é um registo tremendo, onde o conservadorismo de uma mãe é superado por uma dedicação em que esta acaba por se redescobrir no activismo de uma associação de luta contra a descriminação (a AMPLOS), onde pais e mães lutam pela liberdade de orientação sexual dos filhos.
Não deixa de ser curiosa a forma como Pelicano, um realizador bem mais conotado com o lado de reportagem de formato televisivo, se mostre tão à vontade num registo que vive muito de uma adaptação audiovisual ao formato das redes sociais. Como o registo não se quebra, o caminho desta mãe que aprende a aceitar as escolhas dos filho acaba mesmo por ser reforçado.Crítica e Paulo Portugal, em parceria com Insider.pt