Batalha, no Porto, mostra retrospectivas dos realizadores Ken Loach e Eduardo Williams

por Comunidade Cultura e Arte,    23 Abril, 2024
Batalha, no Porto, mostra retrospectivas dos realizadores Ken Loach e Eduardo Williams
“Versus: The Life and Films of Ken Loach”, filme de Louise Osmond
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No momento em que Ken Loach anuncia o fim da sua carreira como realizador, após seis décadas de intensa produção, o Batalha apresenta uma retrospetiva dedicada à obra do cineasta, celebrada pelos retratos arrojados e sem concessões da pobreza e da marginalização no Reino Unido. O ciclo arranca a 18 de maio com Poor Cow (1967) e prolonga-se até novembro, com filmes como Kes (1969), Fatherland (1986), The Wind that Shakes the Barley (2006), Looking for Eric (2009) e I, Daniel Blake (2016) 

Entre 22 e 31 de maio, é também dedicada uma retrospetiva ao cineasta argentino Eduardo Williams. O programa inclui a estreia no Porto de El auge del humano 3 (2023), numa sessão seguida de conversa com o realizador. Além de obras como Parsi (2018), Que je tombe tout le temps? (2013), Pude ver un puma (2011) e da sua primeira longa El auge del humano (2016), o programa inclui um workshop onde o cineasta falará da sua prática artística e fílmica. 

Até 16 de junho, continua a retrospetiva da obra da cineasta neozelandesa Jane Campion com a exibição de filmes como The Piano (1993), Bright Star (2009), Holy Smoke! (1999) e The Power of the Dog (2021). O programa culmina com a apresentação da primeira temporada da premiada série Top of the Lake, protagonizada por Elisabeth Moss, ao longo de duas sessões com entrada gratuita. 

Entre 4 e 5 de maio, The Last Movies — o programa que apresenta uma seleção de obras vistas por ícones do século XX momentos antes das suas mortes — está de regresso ao Batalha. Neste segundo capítulo, serão exibidos os últimos filmes vistos por F.W. Murnau, Yves Klein, John F. Kennedy, Lee Harvey Oswald, Betty Grable, Bernard Herrmann, Agatha Christie, Rainer Werner Fassbinder, Diana Spencer e Jean-Luc Godard. Este desafio de 18 horas consecutivas de cinema propõe um exercício de resistência pela noite dentro, decorrendo entre as 16:30 de 4 de maio e as 11:00 de 5 de maio. Na primeira edição, em abril do ano passado, dos 131 participantes que entraram na sala, 101 resistiram até à manhã do dia seguinte, sendo galardoados com um cartão BFF com validade de 6 meses — que permite o acesso livre e gratuito a todas as sessões de cinema programadas pelo Batalha. 

Entre 12 e 20 de julho, antes da pausa de verão, o ciclo Oásis regressa à Praça da Batalha para sessões de cinema ao ar livre com entrada gratuita. Este ano, sob o mote Uma Noite Americana, será apresentado um conjunto de obras de culto que remetem para a paisagem noturna vivida nos Estados Unidos da América, atravessando diferentes géneros e décadas: The Night of the Hunter (1955), Dog Day Afternoon (1975), Buck and the Preacher (1972), Near Dark (1987), Risky Business (1983) e One From the Heart (1981). 

Através das suas sessões especiais, o Batalha assinala ainda momentos como o Euro 2024 — com Zidane, un portrait du 21e siècle, um filme realizado em tempo real por Douglas Gordon e Philippe Parreno durante um jogo entre o Real Madrid e o Villarreal CF em 2005 — e o centenário do nascimento do cineasta Sergei Parajanov. 

O ciclo Tesouros do Arquivo — que propõe a (re)descoberta das últimas obras restauradas por importantes laboratórios, arquivos e cinematecas — apresenta filmes de David Schickele, Ousmane Sembène, Antonio Carlos da Fontoura, Alessandro Blasetti, entre outros. Já as Matinés do Cineclube do Porto dão continuidade à programação que recorda a Semana do Cinema Europeu, organizada durante a década de 90, apresentando filmes de Luc Dardenne e Jean-Pierre Dardenne, Mathieu Kassovitz, Theo Angelopoulos e Tom Tykwer. Seleção Nacional, o ciclo dedicado ao cinema português, convida a uma revisão das “comédias lusitanas” com filmes de Artur Semedo, João César Monteiro, Joana Toste, João Botelho, Inês de Medeiro, Gabriel Abrantes, Fernando Lopes, entre outros cineastas. 

Até julho, o Batalha acolhe a Festa do Cinema Italiano, o Multiplex, a Porto Summer School e o Arquiteturas Film Festival, e projetos como Contemporânea Film(e), o congresso da AIM — Associação de Investigadores da Imagem em Movimento, o laboratório TorinoFilmLab e a conferência KISMIF. 

A 16 de junho, o Batalha acolhe também o programa satélite de GREENHOUSE — o projeto coletivo de Mónica de Miranda, Sónia Vaz Borges e Vânia Gala que representa Portugal na Bienal de Veneza —, intitulado Quintais. Neste contexto, o escritor Ondjaki estará no Porto para falar acerca da música, da poesia e da rádio como tecnologias não apenas de resistência, mas de libertação — numa palestra de entrada livre moderada pela historiadora e investigadora americana Marissa Moorman. 

Nas sessões para famílias, será apresentado O Tigre Azul, de Petr Oukropec e Bohdan Sláma, a propósito do ciclo dedicado a Ken Loach. Para o Dia da Criança, a 1 de junho, estão previstas uma visita guiada ao Batalha para famílias, às 11:30, e uma nova exibição de Os Amigos do Gaspar: Uma Reunião na Cidade, de Duarte Coimbra, às 15:15. O filme musical, que esgotou cinco sessões aquando da estreia, parte do álbumSérgio Godinho Canta com Os Amigos do Gaspar (1988) — que eternizou músicas como “É Tão Bom” e “Canção dos Abraços”. 

De 4 a 6 de junho, com sessões às 15:15, Mini Oásis assinala a chegada do verão com um conjunto de filmes que têm a praia, o sol e o calor como pano de fundo. Este programa para famílias culmina com um momento de discoteca no sábado, 6 de junho, no Bar do Batalha — que convida os mais novos a dançarem ao som da DJ MVRIA e com ela aprenderem a usar a mesa de mistura.

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