“Catembe” foi o filme com o maior número de cortes pela censura na história do cinema português e chega agora às livrarias nos formatos livro e DVD

por Comunidade Cultura e Arte,    29 Abril, 2024
“Catembe” foi o filme com o maior número de cortes pela censura na história do cinema português e chega agora às livrarias nos formatos livro e DVD
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Chega às livrarias a 16 de Maio. O lançamento está marcado para terça-feira, 30 de Abril, às 14h30, na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa.

Proibido após ser sujeito ao maior número de cortes na história do cinema português, “Catembe” (1965) é uma “caixa negra” reveladora da mentalidade e da prática censória da ditadura. Enquadrada por uma lei nunca regulamentada, a censura era opaca e tão arbitrária quanto dependente da subjectividade dos censores. Neste documentário ficcional, que pretendia mostrar quem eram e como viviam os habitantes de Lourenço Marques, hoje Maputo, Manuel Faria de Almeida usou o cinema directo para mostrar sete dias na vida local, serviu‑se do humor e da ficção para caricaturar questões sociais e políticas, e desvelou uma convivência racial desenquadrada do que era desejável oficialmente.

Capa do livro

A nova versão de “Catembe”, resultante da montagem das sequências sobreviventes à amputação do filme, foi digitalizada pelo projecto FILMar da Cinemateca e, num gesto de reparação simbólica, estreou com o trailer original, em 2023. Este livro é mais uma forma de o partilhar, e de contar a história do documentário e da sua época.

Agora, o documentário ficcional de Manuel Faria de Almeida, que pretendia mostrar quem eram e como viviam os habitantes de Lourenço Marques, hoje Maputo, foi digitalizado e restaurado pelo projecto FILMar da Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema. O livro “Catembe: Esse obscuro desejo de cinema”, de Maria do Carmo Piçarra, investigadora, doutorada em Ciências da Comunicação, professora e programadora de cinema, junta-se a este gesto de reparação simbólica, fazendo-se acompanhar do guião fac-similado e do DVD com o filme.

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