Centro Cultural Vila Flor comemora Dia Mundial da Dança com dose dupla de espetáculos inclusivos

por Comunidade Cultura e Arte,    13 Abril, 2022
Centro Cultural Vila Flor comemora Dia Mundial da Dança com dose dupla de espetáculos inclusivos
“Endless” / Fotografia de Júlio Silva Castro
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“Endless”, da companhia Dançando com a Diferença, e “Coreografia”, de João dos Santos Martins, assumem o palco do CCVF a 29 e 30 de abril.

O Dia Mundial de Dança vai ser celebrado no Centro Cultural Vila Flor (CCVF), em Guimarães, com os espetáculos “Endless”, da companhia Dançando com a Diferença, nos dias 29 e 30 de abril, às 15h00 e às 19h00, respetivamente, e “Coreografia”, de João dos Santos Martins, que subirá ao palco do Pequeno Auditório do CCVF no dia 29 de abril, às 21h30. 

“Endless”, da companhia Dançando com a Diferença, é um espetáculo onde a dança, a música e o vídeo interagem questionando a condição humana, a vida, a degradação do corpo e a nossa única certeza, a morte. As visitas realizadas ao Memorial do Holocausto (em Berlim), à Colina das Cruzes (na Lituânia) e aos campos de concentração de Auschwitz-Birkenau (na Polónia) permitiram a Henrique Amoedo e parte do elenco de intérpretes, da companhia Dançando com a Diferença, sentir/viver emoções e, num processo de residência artística, recolher imagens-chave que posteriormente serviram de base para a constituição do guião deste espetáculo que foi concluído na Estónia, em abril de 2012. Desde a sua estreia, em 2012, na Madeira, “a peça já foi reposta em diferentes contextos e países, com adaptações que nunca deixam de fora a realidade local e o momento presente”, pode ler-se num comunicado do Centro Cultural Vila Flor.

“Coreografia” / Fotografia de José Carlos Duarte

A adaptação que vai ser apresentada no Grande Auditório Francisca Abreu, no Centro Cultural Vila Flor, faz parte do  projeto “+ Inclusão / Fora de Portas”, uma parceria d’A Oficina com a Dançando com a Diferença que pretende aproximar diferentes públicos à dança inclusiva, sob a direção daquele que criou este conceito, Henrique Amoedo. Depois de oficinas, formações e diferentes atividades de grupo que decorreram nos últimos meses, o projeto chega agora à meta final: juntar em palco diferentes pessoas, com diferentes experiências de vida, num espetáculo cuja envolvência levará o público e os participantes a um momento único e imersivo.  

A apresentação de “Endless”, em Guimarães, conta com a participação da APCG – Associação de Paralisia Cerebral de Guimarães, o Lar Residencial Alecrim / Centro de Atividades Ocupacionais, o CAO / Lar Paraíso | Centro Social de Brito, a CERCIGUI – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados do Concelho de Guimarães, a EB2,3 de Abação – CAA – Centro de Apoio à Aprendizagem, o Agrupamento de Escolas João de Meira e o Agrupamento de Escolas Francisco de Holanda. Inserido na programação de Educação e Mediação Cultural d’A Oficina, o espetáculo terá duas sessões: a primeira, no dia 29 de abril, às 15h00, destinada a escolas e instituições, e a segunda, no dia 30 de abril, às 19h00, destinada ao público em geral. O preço dos bilhetes tem um custo de 2 euros. Integrado no programa “Cultura para Todos”, do qual A Oficina faz parte, “Endless” será acompanhado por audiodescrição, um comentário adicional dirigido às pessoas com deficiência visual.  

“Endless” / Fotografia de Júlio Silva Castro

A noite de 29 de abril traz, ainda, outro espetáculo: “Coreografia”, de João dos Santos Martins, que terá interpretação em Língua Gestual Portuguesa. O espetáculo foca-se na relação entre a coreografia enquanto suporte artístico não-comunicativo e a língua gestual como sistema de vocabulário baseado em gestos cujo fundamento é, precisamente, viabilizar a comunicação na esfera social. Inspirado no tratado de Raoul Feuillet, teórico de dança francês do século XVIII, João dos Santos Martins constrói uma dança em que o texto se difunde com o movimento. Debatendo-se com a ideia “comum” de que a dança não pode falar, sendo, no entanto, uma metáfora para o pensamento, interessa-lhe a “singularidade de dançar uma língua e de falar uma dança”.   

Esta coprodução A Oficina, Alkantara, Associação Parasita, e Materiais Diversos, retrata um “conflito” expresso na dicotomia entre escrita de texto, composição de gestos, ações e movimentos, contando com o texto de José Maria Vieira Mendes, interpretação de Adriano Vicente e música e interpretação ao vivo de João Barradas. Os bilhetes para este espetáculo têm um custo de 7,50 euros ou 5 euros com desconto, podendo ser adquiridos nas bilheteiras físicas do Centro Cultural Vila Flor, Centro Internacional das Artes José de Guimarães, Casa da Memória e Loja Oficina, bem como online em oficina.bol.pt e www.ccvf.pt.

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