Centro de Arte Moderna, da Gulbenkian, celebra 40 anos com temporada de arte contemporânea japonesa

por Lusa,    29 Junho, 2023
Centro de Arte Moderna, da Gulbenkian, celebra 40 anos com temporada de arte contemporânea japonesa
Kikugawa Eizan, «Cinco flores de íris (Hana Ayame Gonin Soroi). Duas figuras femininas sentadas em redor de uma mesa, tomando refresco». Museu Calouste Gulbenkian
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O Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, vai celebrar 40 anos com uma temporada de arte contemporânea japonesa, com vários momentos entre julho e a reabertura do edifício, prevista para a primavera de 2024. 

A programação da temporada, hoje anunciada pela Gulbenkian, incluirá performances, música e instalações de arte nipónica, com curadoria de Emmanuelle de Montgazon, cruzando diferentes práticas e disciplinas artísticas.

A ideia parte do conceito arquitetónico de ‘engawa’, que está na base do projeto do arquiteto Kengo Kuma para a remodelação do edifício do CAM, e que designa “um espaço de passagem”, interior e exterior, encontrado habitualmente nas casas tradicionais japonesas, segundo um comunicado divulgado pela Gulbenkian. 

O programa da temporada arranca nos dias 20, 21, 22 e 23 de julho com uma instalação do coletivo Mé a apresentar em Lisboa, de manhã e ao entardecer, em lugares que serão progressivamente revelados, segundo a entidade. 

Utagawa Toyoharu, Conjunto de quatro (entre total de doze) estampas / Museu Calouste Gulbenkian

Constituído por Haruka Kojin, Kenji Minamigawa e Hirofumi Masui, o coletivo Mé desenvolveu o projeto artístico intitulado “Masayume”, criado para “surpreender os habitantes da cidade, desafiando a sua capacidade de lidar com o inesperado e com a incerteza do mundo”.

No dia 21 de julho, o Grande Auditório receberá a performance e instalação audiovisual “100 Cymbals”, do compositor e artista visual Ryoji Ikeda, interpretada pelo ensemble Les Percussions de Strasbourg. 

Será também apresentado um tributo de Ikeda a John Cage (1912-1992), com a interpretação livre da obra “But what about the noise of crumpling paper”, composta em 1985 pelo compositor americano.

No dia 23 de julho, será a vez da artista Lei Saito apresentar uma paisagem comestível, a que chamou “Cozinha Existencial”, criação inspirada no resultado sua investigação sobre a culinária, a história e o planeamento urbano da cidade de Lisboa. 

Tendo o Jardim Gulbenkian como pano de fundo, Lei Saito criará uma instalação com vários alimentos e objetos cerâmicos, oferecendo ao público uma experiência estética e sensorial. 

A temporada retoma em setembro, com a artista Mieko Shiomi, de 84 anos, que se tornou membro do Fluxus em 1964 – movimento em que também se envolveu Yoko Ono – e irá apresentar uma obra inédita em outros espaços da Gulbenkian, interpretada por músicos e artistas portugueses.

Em setembro, haverá também a presença da artista multidisciplinar Ami Yamasaki, que utiliza o próprio corpo como instrumento, emitindo sons que refletem as vibrações invisíveis do que nos rodeia. 

Ami Yamazaki irá apresentar a performance “Manga Scroll” de Christian Marclay, um dos mais importantes artistas a trabalhar entre o som e a arte visual, e também uma performance a solo e em dueto com o músico Ko Ishikawa, um intérprete do instrumento Shõ.

A temporada terá ainda várias atividades em novembro e durante o ano de 2024, que “a seu tempo serão divulgadas”, indica o comunicado da entidade.

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