Cinema protagonizado por mulheres negras e indígenas é um dos destaques da nova edição do Porto Femme

por Comunidade Cultura e Arte,    4 Abril, 2024
Cinema protagonizado por mulheres negras e indígenas é um dos destaques da nova edição do Porto Femme
“O Tempo É Um Pássaro” (2024) de Yasmin Tayná
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Janaína Oliveira e Maria Luna-Rassa são convidadas especiais para apresentar a curadoria de dois dos programas paralelos. A programação completa será revelada no dia 9 de abril.

Após o anúncio da Margarida Cardoso como a cineasta homenageada da sétima edição, o Porto Femme revela mais dois dos seus programas especiais integrados na presente edição: “Enfim, O Amor” com a curadoria da brasileira Janaína Oliveira — investigadora e curadora de cinema e integrante do Comité de Seleção do BlackStar Film Festival, e “Uma Revolução Íntima — De Monstros e Mulheres No Cinema Indígena” com a curadoria da colombiana Maria Luna-Rassa — coordenadora e programadora associada da Muestra Internacional Documental de Bogotá.

Enfim, Amor” apresenta três curtas produzidas no Brasil — “O Tempo É Um Pássaro” (2024) de Yasmin Tayná, “A Felicidade Delas” (2018) de Carol Rodrigues e “Deixa” (2018) de Mariana Jaspe — que partilham o protagonismo de mulheres negras e a sua relação com o amor — seja o amor pelos sonhos, o amor pela luta ou o amor-próprio. A curadora Janaína Oliveira parte da premissa que “durante muito tempo na história do cinema, as mulheres negras e o amor não compartilhavam as telas. Eram quase como narrativas opostas para não dizer excludentes. Mas este cenário altera-se a partir do momento que cada vez mais essas mesmas mulheres passam a ocupar posições atrás e à frente das câmaras”. 

Uma Revolução Íntima — De Monstros E Mulheres No Cinema Indígena” apresenta quatro filmes, um produzido na Colômbia, dois no México e outro que resulta de uma coprodução entre Colômbia e Alemanha — “Meu Palaa-La Abuela Mar” (2020) de Olowaili Green, Luzbeidy Monterrosa; “Flores De La Llanura” (2021) de Mariana Xochiquétzal Rivera (con el Colectivo de mujeres tejedoras Flores de la llanura); “La Carta“(2014) de Ángeles Cruz; “Aribada“, de Simone Jaikiriuma Paetau e Natalia Escobar. Maria Luna-Rassa propõe uma curadoria composta por curtas-metragens realizadas ou cocriadas por mulheres ou pessoas transgéneros de comunidades indígenas. Faz um convite aos espetadores “a reconhecer novas perspectivas e olhares no ambiente enriquecedor do cinema indígena latino-americano contemporâneo”. Ainda propõe no título a palavra “monstro” como uma provocação, partindo da ideia do desconhecido que se manifesta a partir dos sonhos.

E ainda como parte do programa expandido do festival, inaugura-se neste sábado (6 de abril) a partir das 16 horas, a exposição “Margens” nas Galerias Mira que reúne mais de 50 fotografias selecionadas a partir de uma call dirigida exclusivamente a artistas que se identificam como mulheres e pessoas não-binárias. A mostra fica patente até o dia 20 de abril.

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