Culturgest lança revista sonora: “O Projeto Invisível”
Está disponível, a partir de hoje, O Projeto Invisível – uma revista sonora da Culturgest. Uma nova revista invisível para ouvir. Música, vozes, histórias, tudo a partir da programação da Culturgest até ao final de 2021. Para ouvir no Soundcloud, Spotify e, em breve, no iTunes (atual Apple Podcasts) e Google Podcasts.
Com periodicidade semestral — em setembro e em janeiro — O Projeto Invisível é uma revista, não um podcast. Não tem episódios regulares, não tem um formato completamente estático. É um conjunto de conteúdos, reportagens, entrevistas, que pode ser ouvida de uma só vez — ao longo de cerca de 90 minutos — ou que pode ser ouvida tal como consultamos, por vezes, uma revista: passo a passo, conteúdo a conteúdo, ao longo do tempo.
Num mundo de imagens, a Culturgest quer ouvir e dar a ouvir as vozes, os sons, as ideias das pessoas que estão ligadas, de alguma forma, à programação da Culturgest. Partindo da ideia de construir uma revista que é apenas ouvida e não vista, onde há secções de música, reportagens, reflexões e muito mais. Há o objetivo de convidar vozes diferentes para olharem para a programação e darem a sua visão muito pessoal e a sua voz.
Tendo como ponto de partida a programação que terá lugar entre setembro e janeiro, este primeiro número d’O Projeto Invisível, começa com a voz de Rui Reininho, que fala sobre a experiência que foi o concerto ao vivo do seu projeto a solo, que abriu a temporada de música no Grande Auditório da Culturgest, no dia 10 de setembro.
A propósito do espetáculo Love, de Alexander Zeldin, que vai estrear em Portugal, nos dias 23 e 24 de setembro e que marca a estreia do encenador britânico em Portugal, O Projeto Invisível apresenta uma reportagem — que contou com a colaboração da Associação Crescer — com pessoas que estiveram em situação de sem-abrigo. É o ponto de partida do espetáculo e é também um ponto de partida da visão daquilo que podia ser a peça em Portugal, numa reportagem feita pela jornalista Maria João Caetano. De recordar que o espetáculo de Alexander Zeldin, no Reino Unido, partiu de casos reais, de pessoas que estiveram em centros de acolhimento ou que em algum momento da vida tiveram de partilhar o mesmo espaço com desconhecidos.
Ainda nesta primeira edição, Telma Tvon, rapper e escritora, foi convidada para fazer uma playlist a partir de três propostas concretas de programação da Culturgest: a exposição de Samson Kambalu, Freetown (que inaugura no dia 1 de outubro), a peça de teatro de Faustin Linyekula, História(s) do Teatro II, que marca o início do Alkantara Festival (13 e 14 de novembro) e a conferência Memoirs: Filhos de Império e Pós-Memórias Europeias (4 de novembro). O Projeto Invisível apresenta, assim, um conjunto de músicas que inspiraram Telma Tvon, construindo um diálogo entre a música e estas três ofertas de programação. Para além da playlist, a revista disponibiliza também uma conversa com Telma Tvon sobre estes três eventos.
Outro pressuposto d’O Projeto Invisível é dar — através do som — visibilidade a projetos que habitualmente não vemos. Um desses exemplos é a audição de uma leitura da companhia Primeiros Sintomas que está agora a ensaiar o Fantasma da Ópera que vai estar em outubro (1 a 3 e 7 a 9 de outubro) na Culturgest. Neste campo, O Projeto Invisível apresenta uma leitura, um processo relativamente inicial sobre o texto no qual a companhia está a trabalhar, em que se apreendem as discussões, as questões, as conversas acerca do processo criativo antes de chegar ao resultado final. Uma visita sonora aos bastidores da criação.
Por último, indo ao encontro de outro dos objetivos da revista — apresentar pessoas que estão ligadas à Culturgest, neste número, há uma entrevista aos jovens que fizeram parte do Coletivo de Curadores, cuja exposição Coreografia da Atenção esteve no Museu de Almada — Casa da Cidade. São apresentados testemunhos sobre a sua experiência no projeto, como é que o vêem, como é que passaram por ele. Vozes de adolescentes com todo os entusiasmos, as dúvidas, os pensamentos envolvidos.
Realizado por uma equipa efémera, O Projeto Invisível da Culturgest terá sempre alguém diferente a fazer o acolhimento e a paisagem sonora, dando uma personalidade própria a cada número da revista. Neste primeiro número, é a artista madeirense Mariana Camacho que desenvolve a paisagem sonora e guia-nos nesta viagem ao longo da revista.
Em termos de imagem, o único elemento visível é o ícone d’O Projeto Invisível que estará nas plataformas digitais. Neste primeiro número, a imagem gráfica é da responsabilidade da ilustradora Yara Kono. A pós-produção de som foi da responsabilidade do estúdio Billyboom.