É possível um cinema mais inclusivo? Há uma masterclass gratuita sobre acessibilidade na produção audiovisual

por Comunidade Cultura e Arte,    9 Março, 2022
É possível um cinema mais inclusivo? Há uma masterclass gratuita sobre acessibilidade na produção audiovisual
Fotografia de Samuel Regan-Asante / Unsplash
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A iniciativa resulta de uma parceria com o Instituto de Cinema e Audiovisual e a Acesso Cultura. O evento terá lugar na Culturgest no dia 23 de março.

É já no dia 23 de março que decorre a masterclass “É possível um cinema mais inclusivo?”, que aborda o tema do acesso à cultura em Portugal para pessoas com necessidades específicas e a experiência brasileira em termos de inclusão audiovisual. O evento, pensado para os profissionais de cinema e audiovisual em Portugal, é integrado na AMPLA – Mostra de Cinema e terá lugar na Culturgest, entre as 15h00 e as 18h00, contando com o apoio do Instituto do Cinema e Audiovisual e da Acesso Cultura.

Partindo da realidade do cinema nacional, a masterclass abordará ainda o resultado e impacto da introdução de um plano de acessibilidade audiovisual no Brasil. “Neste sentido, começa-se por debater o acesso à cultura em Portugal para as pessoas com deficiência e quais os desenvolvimentos na prestação de serviços audiovisuais adaptados, bem como o caso específico do cinema e a perspetiva dos não utilizadores. Depois, entra-se na experiência brasileira, com a apresentação do plano de acessibilidade e da Lei Brasileira de Inclusão existente no país e a experiência dos produtores que lá trabalham o cinema acessível.”, pode ler-se num comunicado enviado para a nossa redacção.

Para apresentar os principais temas em debate, a iniciativa conta com três oradores: Maria Vlachou, diretora executiva da Acesso Cultura, associação sem fins lucrativos que promove o acesso físico, social e intelectual à participação cultural. Junta-se ainda ao painel Leonardo Edde, sócio fundador da Urca Filmes e responsável pela produção e realização de dezenas de produções cinematográficas e séries nos últimos 20 anos e Danielle Franco, fundadora e CEO da empresa Acensia Acessibilidade, que trabalha no mercado de acessibilidade audiovisual, em comunicação e tecnologia há mais de 10 anos.

“Nos últimos anos deram-se passos importantes no sentido de tornar as artes performativas mais inclusivas. Contudo, ainda existe um caminho a percorrer para que sejam criadas as condições de equidade no que respeita ao acesso à cultura, nomeadamente para pessoas com necessidades específicas. Acreditamos que a evolução pode começar pela consciencialização de todos os que produzem cinema em Portugal, demonstrando-lhes necessidade de criar condições de acesso para todas as pessoas que se interessam por cinema, independentemente das suas necessidades especificas e levar a sua arte mais além. É precisamente nesse sentido que esta masterclass tem agora lugar, mas esperamos que seja apenas a primeira de outras iniciativas que nos permitam alcançar um cinema inclusivo em Portugal”, afirma Maria Vlachou, diretora executiva da Acesso Cultura e oradora da iniciativa.

“No âmbito da sua missão de apoiar o desenvolvimento das atividades cinematográficas e audiovisuais em todas as suas fases e de contribuir para a diversidade de oferta cultural, o ICA não poderia deixar de apoiar e louvar uma iniciativa tão relevante como esta masterclass, que lança as bases para tornar o cinema e audiovisual português mais acessível e garantir o acesso universal a conteúdos culturais. A inclusão tem de ser, cada vez mais, uma palavra-chave da cultura e estas formações são essenciais para sensibilizar e mobilizar a indústria do cinema e audiovisual em torno deste objetivo”, sublinha Luís Chaby Vaz, presidente do Instituto do Cinema e do Audiovisual.

masterclass é de entrada livre, sendo apenas necessário que todos os interessados realizem uma pré-inscrição, através do formulário online. Este é um evento que surge no âmbito da mostra de cinema AMPLA, que reúne filmes premiados nos principais festivais da sétima arte realizados em Portugal de diferentes géneros e nacionalidades. Na iniciativa, as 23 sessões terão recursos de acessibilidade, como legendas, interpretação em língua gestual portuguesa e audiodescrição, permitindo aos espectadores assistirem aos filmes em condições de igualdade.

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