Electra dedica novo número ao futebol: “sistema poderoso e complexo que está para lá dos estádios e das competições desportivas”
O número 17 da revista Electra tem ainda uma entrevista a James Wood, considerado por muitos como o crítico literário mais aclamado, dominante e temido das últimas décadas.
O Futebol tornou-se no nosso tempo um facto social total. Ele é hoje “um sistema poderoso e complexo que está para lá dos estádios e das competições desportivas e invadiu o nosso quotidiano. Atrai o poder político e mobiliza de forma extrema e exacerbada o poder económico e mediático. É um mundo marcado por heróis e por cultos, um fenómeno que irradia em muitas direcções e a que dedicamos o dossier da Electra 17, com textos de Bernardo Futscher Pereira, João Sedas Nunes, José Florenzano, José Neves, Luiz Guilherme Burlamaqui, Marc Perelman, Marcos Cardão e António Guerreiro.”, pode ler-se num comunicado a que a Comunidade Cultura e Arte teve acesso.
Também em destaque, neste número, estão a entrevista e o portfólio do consagrado pintor norte-americano Alex Katz. No ano em que completa 95 anos e são organizadas importantes retrospectivas da sua obra, no Museu Guggenheim, em Nova Iorque, e no Museo Thyssen Bornemisza, em Madrid, Katz conversa com Juan Manuel Bonet, antigo director do Museu Reina Sofia, sobre a pintura e os pintores, a cor e a luz, a vida e os lugares dela.
Na secção “Primeira Pessoa” é entrevistado James Wood, considerado por muitos como o crítico literário mais aclamado, dominante e temido das últimas décadas. Em conversa com Afonso Dias Ramos, Wood reflecte sobre a sua vida e obra enquanto leitor, crítico, professor e escritor.
Nesta edição de Verão de 2022, o ano em que se comemora o centenário do nascimento de Pier Paolo Pasolini, Vinícius Nicastro Honesko, Bruno Moroncini e Carla Benedetti — autores de ensaios e estudos sobre o cineasta, o escritor, o ensaísta, o intelectual — evocam esta figura maior da Itália do século XX e sublinham a sua actualidade.
Youssef Rakha é escritor, jornalista, crítico literário, com uma obra reconhecida e premiada. Os fotógrafos e editores André Príncipe e José Pedro Cortes encontraram Rakha no Cairo, cidade onde nasceu e vive, e falaram de política, de religião, de arte, de viagens, da vida, num trabalho em que as palavras e as imagens se desafiam, publicado na secção “Planisfério”.
O título de uma famosa obra de Vermeer, dá nome à secção “Vista de Delft” da Electra. E é dessa obra, Vista de Delft, da cidade que nela se representa, Delft, e da cidade onde ela se pode ver, Haia, que nos fala José Manuel dos Santos nesta edição.
Para o “Livro de Horas” da Electra 17, Pedro Neves Marques, que representa Portugal na Bienal de Arte de Veneza deste ano, com o projeto Vampires in Space, constrói, a partir desta instalação narrativa, um diário, feito de evocações e meditações, abordando questões de identidade de género, sexualidade e reprodução queer.
Ainda nesta edição, o sociólogo italiano Paolo Perulli faz uma genealogia e a história dos «criativos»; Ana Rocha, a propósito do bicentenário de Gustave Flaubert, analisa um episódio fulcral do romance Madame Bovary; Golgona Anghel, poeta e professora, interpreta uma afirmação do escritor Emil Cioran; Afonso Dias Ramos escreve sobre um dos livros mais aguardados da última década The Dawn of Everything: A New History of Humanity, de David Graeber e David Wengrow; e Régis Salado comenta a palavra “Narrativa”.