Em Outubro há jazz no Ferroviário e a entrada é livre

por Comunidade Cultura e Arte,    4 Outubro, 2018
Em Outubro há jazz no Ferroviário e a entrada é livre
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Ricardo Toscano, João Hasselberg, Pedro Branco, André Fernandes e Nelson Cascais são alguns dos nomes que vão passar pelo Ferroviário. Todos os Domingos de Outubro, sempre às 17h, e com entrada livre.

A partir de Outubro, os Domingos são de Jazz no Ferroviário. Sob a batuta do curador João Lencastre, baterista reconhecido do circuito, quatro matinés trazem a nata do jazz moderno português até ao Ferroviário. O trio de Ricardo Toscano (dia 7), João Hasselberg e Pedro Branco (14); e as formações do guitarrista André Fernandes (21) e do contrabaixista Nelson Cascais (28) inauguram as sessões que serão complementadas pelo DJ residente Camboja Selecta.

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“Pode ser uma novidade para quem segue a programação, mas desde a reabertura do Ferroviário que o jazz habita os planos que nos dão mais gozo pôr em prática. Só precisávamos do momento indicador para o fazer acontecer.”, refere Davide Pinheiro, responsável pela programação do Ferroviário. “Teremos diferentes formações, registos e instrumentistas, mas um denominador comum: o da excelência. E o de acreditarmos que o Jazz no Ferroviário é a música certa no lugar certo”, acrescenta.

Todos os domingos de Outubro, a partir das 17h, com entrada livre.

Domingo, 7 de Outubro, às 17h – Ricardo Toscano Trio

Ricardo Toscano: Saxofone
Romeu Tristão: Contrabaixo
João Lopes Pereira: Bateria

Tentem juntar uma alma velha — alguém que não precisa de ter vivido tudo, mas que tem um tacto e, também por isso, um conhecimento e respeito profundos pela vida e pela música, a um exímio criador — alguém que tem tanto de génio como de humano e que deixa fluir a criatividade sem qualquer prudência, e um devoto trabalhador — alguém que, ainda que seja de um talento sem igual, se entrega ao seu dom e o oferece ao mundo como um ato solene. O mais incrível é que neste trio não podemos dissociar nenhuma destes personagens de qualquer um destes artistas e é por isso que o trio vive e é sublime. O (nome do trio) não deixa ninguém indiferente — não só cumpre as expectativas como as transforma e excede, sempre.

Domingo, 14 de Outubro, às 17h – João Hasselberg & Pedro Branco “Verenas Veneralis”

João Hasselberg: baixo, synth modular, eletrónica
Pedro Branco: guitarra, efx
João Lencastre: bateria, synth, eletrónica

João Hasselberg e Pedro Branco, uma das parcerias mais criativas na cena musical portuguesa, estreou-se com o disco “Dancing Our Way to Death” (2016). Poucos meses depois, um segundo disco é editado pela prestigiada Clean Feed, numa viagem intitulada “From Order to Chaos” (março 2017).

Neste concerto e nesta fase do projeto, o duo deixa descansar os instrumentos acústicos, permitindo-se numa viagem conjunta pela abordagem dos sons elétricos e eletrónicos. A esta descoberta dão o nome de “venera veneralis”. Entre a energia das cordas de baixo de João Hasselberg e da guitarra do Pedro Branco, não há só a presença da bateria do João Lencastre, mas a ousadia dos sintetizadores modulares, controlados pelo baixista, o teclado sintetizado do baterista, furados pelos efeitos dos pedais que todos usam, eletrificando em absoluto a plateia e o espaço.

Deixamos todos de ser as pessoas que éramos antes de entrar no concerto, os papéis dos músicos desfazem-se em palco para se formar uma matéria desconhecida de energia onde se fundem todas as personalidades na sala. A invocação ao poema “Bluebird” (um poema de Charles Bukowski), declamado entre a batida profunda de um coração simulado, é o convite final para que libertemos em massa estas asas sedentas de horizonte que todos reprimimos com vergonha.

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Domingo, 21 de Outubro, às 17h – André Fernandes “Centauri”

André Fernandes: guitarra, composição
João Mortágua: sax alto
Dizidério Lázaro: sax tenor
Francisco Brito: contrabaixo
João Pereira: Bateria

Qualquer alma que devote o mínimo de atenção às movimentações jazzísticas portuguesas da última década e meia sabe que, quando se fala de guitarristas, há um nome que se destaca: André Fernandes. Exímio instrumentista e dotadíssimo compositor, já tocou com uma miríade de enormes músicos nacionais e estrangeiros que lhe elogiam a originalidade (Lee Konitz, Mário Laginha, Maria João, Bernardo Sassetti, David Binney entre outros), a vitalidade e a versatilidade artística. Incansável obreiro do jazz local – não apenas como músico, mas também como mentor da editora Tone Of A Pitch, André Fernandes tem um novo grupo, depois de Dream Keeper, projecto internacional que mereceu as melhores críticas dentro e fora de portas. “Centauri” junta Fernandes a dois dos mais talentosos e jovens saxofonistas portugueses, José Pedro Coelho e João Mortágua, e a uma das mais jovens e requisitadas secções rítmicas nacionais em Francisco Brito e João Pereira.

Domingo, 28 de Outubro, às 17h – Nélson Cascais “The Amplectors”

Nelson Cascais: contrabaixo
Gonçalo Marques: trompete
Pedro Branco: guitarra
André Sousa Machado: bateria

Nelson Cascais nasceu em Lisboa em 1973. Estudou na Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal e no Conservatório Nacional de Lisboa. Em 1994, como finalista do curso de jazz do HCP, representou Portugal no meeting anual da International Association of Schools of Jazz, em Nova Iorque. Trabalhou com algumas das mais importantes figuras do jazz nacional e internacional como Rick Margitza, Nuno Ferreira, Jorge Reis, Jerome Richardson, Benny Lackner, Perico Sambeat, Bernardo Sassetti, Maria João, Stefano D’Anna, Llibert Fortuny, Laurent filipe, Ivan Padduart, Antonio Faraó, John Ellis, Aaron Goldberg, Markku Ounaskari, Kari ikonen, Jorge Pardo, Jarmo Savolainen, Stefanno D’Anna, Maria Schneider, Carlos Martins, Mario Laginha, entre outros. Em 2002 é nomeado Músico de Jazz do Ano pelo site. Atualmente integra o Quarteto de André Fernandes, Jesus Santandreu Quartet, Abe Rabade Trio & Septeto, Paulo Bandeira Quarteto, João Lencastre Group, Pedro Moreira Quinteto. Colabora ainda com Maria João no seu projeto João. Neste concerto apresenta o novo grupo The Amplectors.

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